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Há um vírus corroendo nosso tecido democrático
Publicado em 24 de abril de 2025
Por Jornal Do Dia Se
* Rômulo Rodrigues
É público e notório que a simples descoberta do plano macabro batizado de “Punhal Verde e Amarelo” mostra que não é carta fora do baralho o vírus da organização criminosa que tem Jair Bolsonaro como “Melé”.
O monstro emergiu da lagoa com forma e conteúdo na figura execrável do deputado federal do PL do Espírito Santo, Gilvan da Federal.
Em sessão da Comissão de Justiça da Câmara dos Deputados o referido deputado pregou como relator do projeto de lei o desarmamento dos seus colegas policiais federais que fazem a segurança constitucional do presidente da República e dos ministros de Estado e da Suprema Corte e, ainda deu o mote para os assassinos de plantão, afirmando que quer ver Lula morto, num verdadeiro chamamento à horda de fanáticos.
Ficou provado que eles têm duas frentes de ataques para uso simultâneo: a incitação do ódio em caráter permanente e a constatação de que o Brasil é o país onde se consome mais notícias falsas no mundo.
Dentro desse cenário conturbado está valendo a ofensiva tática da direita querendo anistia para todos os que cometeram os cinco crimes inafiançáveis previstos na Constituição Federal; os de abolição do Estado Democrático de Direito, de Golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa e deterioração do patrimônio público; confiando na velha prática de cometer crimes hediondos e apelar para o sentimento cristão do perdão.
Só para lembrar, não encompridar e não esquecer jamais. O presidente Juscelino Kubitscheck e o vice-presidente João Goulart eleitos em pleito limpo e direto na eleição de 1955, sofreram tentativa de golpe por parte de oficiais militares das forças armadas, alinhados com o Departamento de Estado dos EUA, prontamente desarticulada pela intervenção firme do general Henrique Teixeira Lott.
Pasmem então; logo no primeiro ano de governo, 1956, o presidente empossado, atendeu a um falso clamor por pacificação e anistiou todos os golpistas e lesa-pátria.
Foi um erro crasso. O pacato presidente que governou com artificial tranquilidade, viu que pouco mais de três após passar a faixa presidencial para o sucessor Jânio Quadros, aqueles golpistas anistiados para pacificar o Brasil, deram um golpe militar contra o então presidente João Goulart, legitimamente eleito como vice-presidente e ocupante do cargo máximo pela renúncia de Jânio Quadros e implantaram uma ditadura que está marcada na história como a mais sangrenta e que sofisticou o uso da corrupção no país.
Descendente e identificado com aqueles ideais de posse de poder dos resquícios da ditadura fascista e entreguista de 1964, Jair Bolsonaro recrutou tudo que não presta em nossa sociedade, fazendo surgir o bolsonarismo como exemplo claro da degeneração humana.
Não é à toa que vem se transformando em uma verdade clara: é um exagero dizer que todo bolsonarista é corrupto, criminoso contumaz e pária da sociedade. Mas todo mau caráter e criminoso, miliciano e pária da sociedade, é seguidor de Jair Bolsonaro.
O exemplo mais premente no Brasil é o do jogador Bruno Henrique, atacante do Flamengo que está sendo indiciado pela Polícia Federal por crime de estelionato no esquema de casas de apostas que contaminou o futebol, cujos valores obtidos com as fraudes, sequer se comparam ao seu salário.
É que ele nunca perdeu a oportunidade de posar sorridente ao lado do seu mito, Jair Bolsonaro. Não há inocência no caso. O que vem à tona é o comportamento comum ao cidadão brasileiro tido como acima de qualquer suspeita que manifesta fingida neutralidade, até encontrar o seu idêntico, incapaz de elaborar um pensamento concreto que faça algum sentido e se revelar como massa ungida do fundo do poço.
Não é à toa que está prestes a sentir o peso da lei mais reveladora e impactante, mesmo sem constar dos códigos de processo penal: a lei do retorno.
E o paradoxo é que ela veio de onde não era esperado, de Michel Temer, que oportunista como sempre, aproveitou a onda e jogou a sua pá de cal em cima do caixão da anistia onde, há a suspeita que está morrendo pela falta de balão de oxigênio, o herdeiro de sua traição com a ponte para o futuro, que tem a petulância de querer resgatá-la com o Movimento Brasil.
* Rômulo Rodrigues, sindicalista aposentado, é militante político