Hipóteses para a Saúde

A situação chegou às raias do insustentável. On tem, o descompasso declarado entre o presi dente Bolsonaro e o ministro da saúde Luiz Henrique Mandetta, contrários em tudo o que se refere à pandemia de coronavírus, culminou na exoneração do auxiliar. Agora, resta saber o que será feito para conter a circulação do vírus.
O oncologista Nelson Teich, novo ministro da saúde, já declarou estar de acordo com o presidente Bolsonaro. Para ele, a preocupação com a pandemia não deve se sobrepor à saúde econômica nacional. Somente ao longo dos próximos dias será possível saber o que declaração tão dúbia significa na prática.
Dubiedade é tudo o que a população não precisa, neste momento. Para conquistar a confiança indispensável ao exercício do cargo em hora tão delicado, será preciso atuar com a mais absoluta transparência. Questões já postas a respeito do isolamento social, por exemplo, terão de ser respondidas com o máximo de rigor científico, movimentações políticas à parte.
A substituição de um ministro da saúde no auge de uma pandemia é, por si mesmo, um sinal preocupante. Na melhor das hipóteses, o sucessor de Mandetta recebeu carta branca para salvar o maior número de brasileiros possível, com base na Ciência.
A essa altura do campeonato, entretanto, depois de tanta contradição e bater de cabeças, alguém acreditará realmente na independência do ministro Teich? O desafio é enorme. O resultado, imprevisível.