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HOMENAGEAR ZAGALLO É FAZER RESSURGIR O MONSTRO DA LAGOA


Publicado em 11 de janeiro de 2024
Por Jornal Do Dia Se


* Rômulo Rodrigues

O Dia 6 de janeiro de 2024 amanheceu com notícia de tristeza: o velho Lobo indo se juntar a uma grande constelação tendo como mestre de cerimônia Nelson Rodrigues que estava na comissão de recepção com Gilmar, Djalma Santos, Orlando, Nilton Santos, Zito, Didi, Garrincha, Vavá, Pelé e Vicente Feola.
Muitos registros e enalteceram suas 4 conquistas mundiais; 2 como jogador titular das seleções; 1 como técnico de beira de campo; 1 como coordenador técnico da seleção. Ficando meio esquecido, talvez, a maior contribuição; o resgate da supremacia tática.
Como registro histórico Zagallo chegou foi escalado para substituir um técnico comunista, o jornalista esportivo João Saldanha que havia classificado a seleção para nas eliminatórias da copa do mundo de 1970, recuperado a autoestima no futebol com as feras do Saldanha e que fora demitido por ordens do ditador Garrastazu Médici por não aceitar ingerência no sue trabalho.
Zagallo o substituiu por ser obediente e convocou Dario para agradar o ditador. Feito o registro, vamos ao mérito do seu legado. Após o desastre de 1966, dá um passo gigantesco e retoma o domínio tático do futebol brasileiro.
O Brasil dominou e assombrou a Europa quando com craques excepcionais sepultou o “WM” e implantou o 4-2-4, uma criação do jovem treinador mineiro Martin Francisco que após ter sucesso no América mineiro, foi brilhar no Valência da Espanha e no retorno ao Brasil mostrou o esquema no Vasco da Gama em 1956 e foi campeão carioca, um passo à frente no domínio tático do futebol brasileiro que já fora vendido para a Europa.
O time base titular do Clube de Regatas Vasco da Gama atuava assim: Carlos Alberto, Paulinho, Beline, Orlando e Coronel; Laerte e Valter; Sabará, Livinho, Vavá e Pinga.
No “WM”, a escalação era assim: Carlo Alberto, Paulinho e Beline; Laerte, Orlando e Coronel; Sabará, Livinho, Vavá, Valter e Pinga.
Estava sendo soterrado o “WM” com trio final, linha média e linha atacante, onde pontuava um centro médio armador que dialogava com um meia direita para alimentar dois pontas dribladores, um centro avante e um meia ponta de lança.
O ápice do domínio tático brasileiro foi nas copas de 1958 e 1962 onde Zagallo brilhou como ponta esquerda driblador, disciplina tática, visão de campo, velocidade e, sem saber, já esboçava uma variação tática para um 4-3-3 com o treinador Aymoré Moreira.
Em seguida vieram as conquistas de 2 mundiais pelo Santos F.C. contra o Benfica de Portugal e o Milan da Itália, o que levou o time italiano esboçar um sistema com retranca postando o líbero Giovani Trapattoni à frente da zaga para combater o ponta direita, injetando muito dinheiro na propaganda da concepção de eliminar os pontas no futebol, com avisos assim: ou vocês acabam com esse tipo esdrúxulo de jogador, como Garrincha, ou não sobreviverão ao futebol moderno.
O contraditório é que a times espanhóis e italianos importaram verdadeiros malabaristas do Brasil, como Canário, Julinho Botelho, Jair da Costa e Germano para que os importadores conquistassem título até então inéditos.
Dito e feito; das desorganizações de 1938, 1950 e 1954 o salto em 1958 repetido em 1962 colocou o escrete canarinho no patamar de quase imbatível, com um tropeço enorme em 1966, para voltar em 1970, apresentando um novo modelo tático numa combinação de “WM” com 4-2-4; com Félix, Brito e Everaldo; Carlos Alberto, Piazza e Clodoaldo; Jairzinho, Gerson. Tostão Pelé e Rivelino, com variação entre Clodoaldo e Gerson.
Na sequência tiveram boas seleções povoadas de craques, sem hegemonia tática, submissas aos ditames europeus para que os saudosistas façam suas análises.
No quesito estrategista fazendo monstros jogarem em conjunto com visão tática de jogo, Zagallo está consagrado no mundo da bola.
Em 1994 e 2002 o Brasil ganhou mais duas copas do mundo sem ditar padrão técnico e tático. A superioridade foi da individualidade.
No momento, quem estava tentando com que jogadores que jogam na Europa voltassem a jogar futebol como jogaram no Brasil era Fernando Diniz, com muitos riscos, e foi descartado depois da derrota do Fluminense frente ao Manchester.
Resgatando Nelson Rodrigues, não dou o braço a torcer e desafio: Um Fluminense só com jogadores brasileiros contra um time, só com ingleses, tinha jogo.

* Rômulo Rodrigues, sindicalista aposentado, é militante político

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