Sábado, 18 De Janeiro De 2025
       
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Hospitais particulares confirmam cirurgias eletivas


Publicado em 16 de abril de 2021
Por Jornal Do Dia


 

Milton Alves Júnior
Menos de 48 horas após os hospitais universitários em Aracaju e Lagarto terem anunciado a suspensão das cirurgias eletivas por falta de insumos, na manhã de ontem unidades hospitalares da rede particular oficializaram a manutencão dos procedimentos cirúrgicos, mas revelaram a dificuldade para manter e repor o estoque de medicamentos utilizados durante e posteriormente ao processo de intubação de pacientes. A gravidade desse cenário não é enfrentado apenas no estado de Sergipe. Um levantamento realizado pela Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) indica que, somente entre os dias 20 de março e 05 de abril, 45 hospitais pelo país registraram o défict do ‘kit intubação’.
A situação se agravou essa semana, no momento em que os sergipanos assistiram a menor unidade federativa do país bater o recorde de internações de pacientes positivados para a covid-19, desde o surgimento oficial da pandemia no Brasil, em 26 de fevereiro do ano passado. De acordo com Marco Aurélio Ferreira, diretor de Relações Governamentais da Anahp, tem aumentado de forma significativa o número de hospitais particulares se deparando com problemas semelhantes ao Sistema Único de Saúde (SUS). Por possuir uma estrutura administrativa e financeira mais sólida se comparado ao poder público, as unidades particulares ainda não correm o risco de zerar o estoque em curto prazo.
"Posso te garantir que é preocupante observar que 80% dos hospitais associados já estão tendo esse problema. Fizemos uma reunião e nós ouvimos de todos esses hospitais a necessidade de reposição de estoque a curto prazo. É óbvio que entre os nossos associados existem hospitais de maior porte que têm um estoque próprio que dá uma flexibilidade maior, com estoque comprado para 30 dias. Mas a maioria dos nossos hospitais associados estão com dificuldade a curto prazo", explicou. No Hospital Renascença, em Aracaju, dos 40 leitos destinados à Unidade de Terapia Intensiva (UTI), 30 estão destinados à pacientes com covid-19, sendo que 26 estão ocupados. Segundo a direção hospitalar, entre os medicamentos em escassez, estão cisatracúrio e brometo de rocurônio.
No final do mês passado a Secretaria de Estado da Saúde (SES) informou que o estado recebeu novos lotes contendo o kit-intubação. A situação enfrentada por todos os hospitais particulares instalados em Sergipe apresenta o mesmo grau de igualdade, garante Marco Sarmento, diretor-técnico do HR. "Há uma dificuldade muito grande na aquisição dessas medicações que servem como bloqueadores neuromusculares; eles (medicamentos) atuam relaxando o paciente permitindo que a ventilação mecânica, decorrente da intubação, atue com total eficiência", destacou. A situação crítica atinge ainda as unidades de cunho filantrópico, a exemplo dos hospitais de Cirurgia e São José, ambos na capital sergipana.
Causas – As diretorias administrativas das unidades particulares compartilham das respostas apresentadas pelo SUS, e fortalecem a tese de que o mercado nacional carece desses produtos. Em contato realizado diretamente com os fabricantes, a informação apresentada é que os estoques seguem insuficientes para atender a demanda atual. A expectativa é que os kits-intubação ainda disponíveis nas unidades particulares durem até o início da próxima semana. "Alguns hospitais ainda trabalham com estoque, mas nós, no Cirurgia, não temos mais [esse kit] em estoque; o que temos são reposições diárias que são repassadas pela Secretaria de Estado da Saúde. Lutamos todos os dias para que os distribuidores atendam a nossa demanda e ajudem, de alguma forma, a diminuir um pouco desse tormento que todos nós estamos enfrentando", revelou Rilton Morais, diretor do Hospital de Cirurgia.

Milton Alves Júnior

Menos de 48 horas após os hospitais universitários em Aracaju e Lagarto terem anunciado a suspensão das cirurgias eletivas por falta de insumos, na manhã de ontem unidades hospitalares da rede particular oficializaram a manutencão dos procedimentos cirúrgicos, mas revelaram a dificuldade para manter e repor o estoque de medicamentos utilizados durante e posteriormente ao processo de intubação de pacientes. A gravidade desse cenário não é enfrentado apenas no estado de Sergipe. Um levantamento realizado pela Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) indica que, somente entre os dias 20 de março e 05 de abril, 45 hospitais pelo país registraram o défict do ‘kit intubação’.
A situação se agravou essa semana, no momento em que os sergipanos assistiram a menor unidade federativa do país bater o recorde de internações de pacientes positivados para a covid-19, desde o surgimento oficial da pandemia no Brasil, em 26 de fevereiro do ano passado. De acordo com Marco Aurélio Ferreira, diretor de Relações Governamentais da Anahp, tem aumentado de forma significativa o número de hospitais particulares se deparando com problemas semelhantes ao Sistema Único de Saúde (SUS). Por possuir uma estrutura administrativa e financeira mais sólida se comparado ao poder público, as unidades particulares ainda não correm o risco de zerar o estoque em curto prazo.
"Posso te garantir que é preocupante observar que 80% dos hospitais associados já estão tendo esse problema. Fizemos uma reunião e nós ouvimos de todos esses hospitais a necessidade de reposição de estoque a curto prazo. É óbvio que entre os nossos associados existem hospitais de maior porte que têm um estoque próprio que dá uma flexibilidade maior, com estoque comprado para 30 dias. Mas a maioria dos nossos hospitais associados estão com dificuldade a curto prazo", explicou. No Hospital Renascença, em Aracaju, dos 40 leitos destinados à Unidade de Terapia Intensiva (UTI), 30 estão destinados à pacientes com covid-19, sendo que 26 estão ocupados. Segundo a direção hospitalar, entre os medicamentos em escassez, estão cisatracúrio e brometo de rocurônio.
No final do mês passado a Secretaria de Estado da Saúde (SES) informou que o estado recebeu novos lotes contendo o kit-intubação. A situação enfrentada por todos os hospitais particulares instalados em Sergipe apresenta o mesmo grau de igualdade, garante Marco Sarmento, diretor-técnico do HR. "Há uma dificuldade muito grande na aquisição dessas medicações que servem como bloqueadores neuromusculares; eles (medicamentos) atuam relaxando o paciente permitindo que a ventilação mecânica, decorrente da intubação, atue com total eficiência", destacou. A situação crítica atinge ainda as unidades de cunho filantrópico, a exemplo dos hospitais de Cirurgia e São José, ambos na capital sergipana.

Causas – As diretorias administrativas das unidades particulares compartilham das respostas apresentadas pelo SUS, e fortalecem a tese de que o mercado nacional carece desses produtos. Em contato realizado diretamente com os fabricantes, a informação apresentada é que os estoques seguem insuficientes para atender a demanda atual. A expectativa é que os kits-intubação ainda disponíveis nas unidades particulares durem até o início da próxima semana. "Alguns hospitais ainda trabalham com estoque, mas nós, no Cirurgia, não temos mais [esse kit] em estoque; o que temos são reposições diárias que são repassadas pela Secretaria de Estado da Saúde. Lutamos todos os dias para que os distribuidores atendam a nossa demanda e ajudem, de alguma forma, a diminuir um pouco desse tormento que todos nós estamos enfrentando", revelou Rilton Morais, diretor do Hospital de Cirurgia.

 

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