Identificados outros mortos em confrontos da 'Operação Rubicão'

Outros dois suspeitos mortos durante a ‘Operação Rubicão’, deflagrada nesta sexta-feira pelas polícias de Sergipe e da Bahia, foram identificados pelo Instituto Médico-Legal (IML). Os corpos de José Cláudio Teles Ferreira, 31 anos, e Aldair Santos Hora, 20, foram recolhidos no Hospital Haydée de Carvalho, em Canindé do São Francisco (Sertão), onde morreram depois de um confronto ocorrido em Poço Redondo. Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), eles se envolveram em uma troca de tiros com equipes das polícias Civil e Militar e eram investigados pelo envolvimento no assassinato do capitão Manoel Oliveira, ex-comandante da Companhia de Operações em Caatinga (Ciopac).
A equipe do IML que recolheu os corpos em Canindé chegou a Aracaju no final da tarde de sexta-feira, com escolta de policiais civis. Circulou a informação de que eles teriam sofrido um suposto atentado na estrada, mas segundo a SSP, o que houve na verdade foi uma abordagem que despertou a desconfiança dos servidores do instituto. Os agentes do IML pararam em um posto de combustível em Monte Alegre de Sergipe e dois homens em uma caminhonete pararam ao lado da viatura, perguntando se a ocorrência tinha relação a operação policial. 
Os agentes responderam, mas suspeitaram da dupla e seguiram até a Delegacia de Monte Alegre para pedir apoio. Os dois homens foram localizados pela Polícia Militar e levados para prestar depoimento na Delegacia de Canindé do São Francisco, onde alegaram apenas ter sido uma mera curiosidade, diante da repercussão provocada pela operação policial. Eles foram liberados em seguida.
Outros dois investigados mortos na ‘Rubicão’ foram o comerciante Edu dos Santos Oliveira, 38, e o cunhado dele, o ex-policial militar Antônio Braz dos Santos Neto, 46, que foi condenado por participação no assassinato do deputado estadual Joaldo Barbosa, em 2001. Eles estavam uma casa no bairro Santa Maria (zona sul da capital) e também teriam trocado tiros com a polícia, o que a família nega. Dos quatro suspeitos que morreram em cidades da Bahia, foi divulgada apenas a identificação de Renan Oliveira Santos, 26, encontrado em Paulo Afonso e morto em uma troca de tiros com a Companhia de Caatinga da Polícia Militar baiana. 
Todos os envolvidos tinham mandados de prisão decretados pela Justiça e, segundo as investigações da SSP, formavam um grupo envolvido com crimes de pistolagem e atuavam nas regiões sertanejas de Sergipe, Bahia e Alagoas. A polícia ainda não confirma a informação, divulgada ontem, de que a quadrilha pretendia matar um coronel aposentado da PM sergipana, mas afirma que eles estão envolvidos em outros assassinatos ocorridos nos últimos três anos, incluindo o do presidente da Câmara de Vereadores de Carira, Jailton Martins de Carvalho, o ‘Jailton do Preá’; e o do ex-prefeito Petrônio Pereira Gomes, de Pedro Alexandre (BA). Uma entrevista coletiva da SSP para revelar os detalhes da investigação deve acontecer até esta terça-feira. (Gabriel Damásio)