Imbuaça realiza apresentações gratuitas em comemoração aos 47 anos do grupo
Publicado em 31 de agosto de 2024
Por Jornal Do Dia Se
Em comemoração aos 47 anos de existência, o grupo teatral Imbuaça, que tem as ruas como seu palco principal, presenteia o público sergipano com uma série de apresentações gratuitas em diversos pontos da capital.
As apresentações contam com o apoio do Governo do Estado, por meio da Fundação de Cultura e Arte Aperipê de Sergipe (Funcap). “Precisamos evidenciar a importância e contribuição do Imbuaça para a cultura sergipana, tanto no fomento à arte, como também na formação de novos atores no estado de Sergipe”, destacou o presidente da Funcap, Gustavo Paixão.
Fundado em 1977, o grupo Imbuaça é reconhecido como patrimônio cultural do estado de Sergipe e é considerado o mais antigo grupo de teatro de rua do Brasil em atividade ininterrupta. Lindolfo Amaral, membro fundador do grupo, destaca a trajetória do grupo. “A gente sempre diz que é uma luta constante, diária. São 47 anos de existência e de resistência. Fazer teatro de rua não é tão simples assim. É uma arte pública e que, portanto, precisa, necessita e deseja políticas públicas para as artes. Eu creio que nós estamos num bom caminho agora e espero que a gente consiga vislumbrar melhores dias, não só para o Imbuaça, mas para as artes, porque as artes constroem pontes e não muralhas. Eu estou no Imbuaça desde o princípio, então estar até hoje no grupo representa muito. Representa a minha vida”, afirmou.
A dramaturgia mistura ficção e realidade para recriar a trilha serpenteada da vida do inventor da literatura de cordel, o poeta paraibano Leandro Gomes de Barros. A encenação permite ao espectador conhecer o cordelista em seu contexto histórico, onde ele, como protagonista, vê-se envolto em personagens e paisagens de sua vasta produção literária.
Para o ator Iradilson Bispo, intérprete de Leandro Gomes de Barros e um dos autores do espetáculo, a peça foi escrita em 2016 para comemorar o centenário de Nascimento de Leandro Gomes de Barros. “Desde então, não paramos de apresentá-la, porque é um espetáculo bonito, agradável e importante, pois não deixa morrer a cultura nordestina, a cultura brasileira, de um homem tão relevante”, afirmou.
Para ele, Leandro de Barros era um poeta cuja poesia versava em cordel, uma poesia popular que estava a serviço do povo. “E o Imbuaça tem uma identidade, desde o seu surgimento, de trabalhar com a cultura popular, e essa foi a maneira que encontramos de homenagear essa pessoa tão importante e genial, e de não apagar essa chama”, destacou.
O Imbuaça está em um circuito de apresentação desse espetáculo há alguns meses, como explica o diretor José Rosa. “Já fizemos uma boa parte do Nordeste e acredito que até novembro teremos apresentações. É ótimo acompanhar a recepção do público em cada lugar, e ela tem sido bem calorosa. Cada público reage de uma forma diferente, e nada é melhor do que isso, porque a rua é generosa. Está sendo ótimo! É uma satisfação enorme estar com o Imbuaça, e hoje [quinta-feira] foi especial aqui na Colina de Santo Antônio”.