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Impacto da pandemia no emprego


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Publicado em 30 de outubro de 2021
Por Jornal Do Dia


Abordarei neste breve ensaio algumas informações apresentadas pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), apresentadas em seu último relatório do Monitor da entidade sobre o impacto do COVID-19 nos mercados de trabalho. Preliminarmente mostra-se uma recuperação global estagnada e disparidades significativas entre as economias avançadas e em desenvolvimento.

Segundo a OIT, a perda de jornada de trabalho em 2021 por causa da pandemia será significativamente maior do que o estimado anteriormente, pois uma recuperação em duas velocidades entre as nações desenvolvidas e em desenvolvimento ameaça a economia global como um todo, afirma a Organização Internacional do Trabalho.

No relatório, a OIT projeta que as horas globais trabalhadas em 2021 ficarão 4,3% abaixo dos níveis pré-pandêmicos (quarto trimestre de 2019), o equivalente a 125 milhões de empregos em tempo integral. Isso representa uma revisão dramática da projeção de junho da OIT de 3,5 por cento ou 100 milhões de empregos em tempo integral.

Este relatório é a oitava edição do Monitor da OIT: COVID-19 e o mundo do trabalho, advertindo que sem apoio financeiro e técnico concreto, persistirá uma grande divergência nas tendências de recuperação do emprego entre os países desenvolvidos e em desenvolvimento.

Segundo o relatório, no terceiro trimestre de 2021, o total de horas trabalhadas em países de alta renda foi 3,6 por cento menor do que no quarto trimestre de 2019. Em contraste, a diferença nos países de baixa renda foi de 5,7 por cento e em países de renda média baixa, em 7,3 por cento.

Conforme a OIT, de uma perspectiva regional, a Europa e a Ásia Central experimentaram a menor perda de horas trabalhadas, em comparação com os níveis pré-pandêmicos (2,5 por cento). Isso foi seguido pela Ásia e Pacífico com 4,6 por cento. A África, as Américas e os Estados Árabes mostraram quedas de 5,6, 5,4 e 6,5 por cento, respectivamente.

No relatório é destacado o papel das vacinas e os pacotes de estímulo fiscal, como variáveis impulsionadoras do emprego. Sendo que as estimativas indicam que para cada 14 pessoas totalmente vacinadas no segundo trimestre de 2021, um emprego equivalente em tempo integral foi adicionado ao mercado de trabalho global. Isso impulsionou substancialmente a recuperação e globalmente, as perdas em horas trabalhadas – na ausência de quaisquer vacinas – teriam sido de 6,0 por cento no segundo trimestre de 2021, em vez dos 4,8 por cento realmente registrados.

Infelizmente é apresentado no relatório que a implantação altamente desigual das vacinações significa que o efeito positivo foi maior nos países de alta renda, insignificante nos países de renda média baixa e quase zero nos países de baixa renda. Esses desequilíbrios poderiam ser resolvidos de forma rápida e eficaz por meio de uma maior solidariedade global em relação às vacinas. A OIT estima que, se os países de baixa renda tivessem um acesso mais equitativo às vacinas, a recuperação da hora de trabalho alcançaria economias mais ricas em pouco mais de um quarto.

Com relação aos pacotes de estímulo fiscal continuaram a ser o outro fator-chave nas trajetórias de recuperação. No entanto, a lacuna de estímulo fiscal permanece em grande parte sem solução, com cerca de 86% das medidas de estímulo globais concentradas em países de alta renda. As estimativas mostram que, em média, um aumento no estímulo fiscal de 1 por cento do PIB anual aumentou as horas de trabalho anuais em 0,3 pontos percentuais em relação ao último trimestre de 2019.

A questão da lacuna de produtividade e empresas demonstra que a crise do COVID-19 também afetou a produtividade, os trabalhadores e as empresas de maneiras que levaram a disparidades maiores. A lacuna de produtividade entre os países avançados e em desenvolvimento está projetada para aumentar de 17,5: 1 para 18: 1 em termos reais, a mais alta registrada desde 2005.

Ao comentar o relatório, o Diretor Geral da OIT, Guy Ryder, destacou que “a trajetória atual dos mercados de trabalho é de uma recuperação estagnada, com grandes riscos de queda aparecendo, e uma grande divergência entre economias desenvolvidas e em desenvolvimento”.

Observa-se que os dados da OIT comprovam, que o mundo do trabalho foi profundamente afetado pela pandemia viral global. De acordo com informações da entidade, além da ameaça à saúde pública, a perturbação econômica e social ameaça os meios de subsistência a longo prazo e o bem-estar de milhões de pessoas. Portanto, um apelo global para a recuperação do trabalho é fundamental neste momento.

Diante do exposto em nível mundial, ressalto que a recriação do Ministério do Trabalho foi uma medida importante para a recuperação dos empregos no Brasil, sendo um desafio que o Ministro Onyz Lorezoni irá trabalhar. E como resultado disso, está a recente divulgação do emprego no Brasil na base de setembro de 2021, um saldo positivo de 313.902 postos de trabalho, conforme dados do novo cadastro geral de empregados e desempregados (novo Caged).

Que o Brasil consiga responder positivamente na geração de emprego e renda para população diante da crise gerada pela maior pandemia dos últimos 100 anos.

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