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Impactos da Pandemia na Educação
Publicado em 16 de agosto de 2020
Por Jornal Do Dia
Conforme relatório da Organização In ternacional do Trabalho (OIT), os im pactos desproporcionais da pandemia sobre os jovens aumentam a desigualdade e podem prejudicar o potencial produtivo de uma geração inteira.
Infelizmente o que a OIT constatou em seu estudo foi o de que a crise da COVID-19 está causando um efeito devastador sobre a educação e a formação dos jovens. Desde o início da pandemia, mais de 70% dos) jovens que estudam ou combinam os estudos com o trabalho foram adversamente afetados pelo fechamento de escolas, de universidades e de centros de treinamento.
Segundo os resultados do relatório denominado de " Juventude e COVID-19: impactos sobre empregos, educação, direitos e bem-estar mental, 65% dos jovens relataram que sua atividade educacional foi adversamente afetada desde o início da pandemia, como consequência do período de transição do ensino presencial em sala de aula para o ensino online ou a distância durante a fase de confinamento. Apesar de seus esforços para continuar os estudos e a capacitação, metade destes jovens acredita que a conclusão dos estudos será atrasada e 9% afirmam que poderão ter que abandonar os estudos definitivamente.
O relatório também aponta que a situação é ainda mais grave para os jovens que vivem em países de baixa renda, onde há grandes lacunas no acesso à Internet e na disponibilidade de equipamentos e, às vezes, até de espaço em casa. E para o OIT isso destaca a enorme divisão digital entre as regiões. Enquanto 65% dos jovens em países de alta renda puderam assistir às aulas por meio de videoconferência, a proporção de jovens que puderam prosseguir seus estudos online em países de baixa renda foi de apenas 18%.
A fala do Diretor geral da OIT, Guy Ryder foi a de que "a pandemia está infligindo vários choques aos jovens. Ela não só destrói seus empregos e suas perspectivas profissionais, mas também compromete sua educação e seu treinamento e tem repercussões graves sobre o seu bem-estar mental. Não podemos deixar que isso aconteça".
E é isso o nosso grande desafio no Brasil e em Sergipe, por conta dessa situação que a Universidade Tiradentes tomou a iniciativa em Sergipe estruturar e ofertar dispositivos de suporte que potencializam competências pedagógicas, tecnológicas e socioemocionais ao professor, adaptando atividades presenciais à nova realidade. Assim, por meio do Tiradentes Innovation Center, a Universidade Tiradentes irá capacitar professores da Secretaria de Estado da Educação de Sergipe.
Neste programa, a previsão proporcionar a formação para aproximadamente 500 professores da rede pública para uso da plataforma Google for Education que reconheceu a Universidade Tiradentes como a 1ª universidade de referência no mundo.
Voltando ao relatório que foi disponibilizado pela OIT, consta no estudo que 38% dos jovens não têm certeza sobre suas perspectivas de carreira, e espera-se que a crise crie mais obstáculos no mercado de trabalho e estenda o período de transição entre o fim dos estudos e o momento em que os jovens ingressam no primeiro emprego.
A OIT aponta que alguns jovens já foram afetados, visto que um em cada seis teve que parar de trabalhar desde o início da pandemia. Os trabalhadores mais jovens geralmente têm empregos em setores fortemente afetados pela pandemia, como aqueles nas áreas de atendimento ao cliente, prestação de serviços e vendas, e, portanto, são mais vulneráveis aos efeitos econômicos da pandemia. Nesse contexto, 42% dos jovens que mantiveram seus empregos tiveram sua renda reduzida.
A consequência disso, conforme o estudo foi o de que ocorreu afetação no bem-estar mental. A pesquisa revelou que 50% dos jovens podem ser propensos a sofrer de ansiedade ou depressão, enquanto outros 17% provavelmente estão sofrendo de ansiedade ou depressão.
E este é um grande desafio posto para os docentes, além de possibilitar a formação das pessoas, cuidar dos alunos para que eles possam atravessar esta tempestade de proporções nunca antes vista.
Uma notícia boa do relatório da OIT é a de que apesar da complexa situação atual, os jovens estão usando seu vigor para se mobilizar e fazer sua voz ser ouvida na luta contra a crise. De acordo com a pesquisa, um em cada quatro jovens fez algum tipo de trabalho voluntário durante a pandemia.
Assim, é que devemos refletir sobre qual o papel da educação e do professor neste momento crítico que o mundo está vivendo, ainda é possível formar as pessoas não somente para uma especialidade e profissão, mas acima de tudo para serem pessoas mais éticas, mais humanas, mais solidárias. Nessa linha a OIT defende em seu relatório a adoção urgente de medidas políticas específicas em grande escala para evitar que a crise prejudique, a longo prazo, o futuro profissional de toda uma geração de jovens.
O futuro do nosso país e de nosso Estado não pode ser prejudicado por uma crise de saúde, que infelizmente trouxe uma crise econômica. Assim devemos contribuir para que as novas gerações tenham condições de serem inseridas adequadamente no mercado de trabalho e que o mundo seja um lugar melhor para vivermos.