Inflação e outros demônios
Publicado em 08 de outubro de 2021
Por Jornal Do Dia
Inflação crescente, consumo contraído. A crise pro duz efeitos notáveis no comportamento das fa mílias brasileiras. O resultado é a depressão dos indicadores, o aumento do custo de vida.
O movimento no comércio varejista brasileiro teve retração em agosto. As vendas no varejo caíram 3,1% em relação ao mês anterior (o pior resultado mensal) e 4,1% na comparação com agosto do ano passado. Os acumulados, também sobre uma base de comparação fraca, mostram resultados positivos, no ano (5,1%) e em 12 meses (5%).
Os dados são do IBGE, confirmam a impressão corrente. No andor da carruagem, com a diminuição da renda média e a retração do consumo, a economia não deslancha tão cedo.
Motivos para desconfiança não faltam. Além dos números da indústria e comércio, francamente desanimadores, acordos trabalhistas de reajustes salariais ficaram igual ou abaixo da inflação entre junho de 2020 e junho de 2021.
Com Bolsonaro, em suma, a economia vai mal. Dólar e gasolina nas alturas, desemprego persistente. A suposta retomada da economia ainda não foi alcançada por 14 milhões de brasileiros largados na Rua da Amargura, sem o amparo de um líder com sensibilidade para tratar de gente. Mesmo assim, há quem veja o futuro com entusiasmo delirante, a exemplo do ministro Paulo Guedes. Mas, para tanto, é preciso fechar os olhos, ignorar os dados colhidos aqui e agora, no tempo presente.