Insatisfação geral
Publicado em 04 de novembro de 2021
Por Jornal Do Dia
O governo federal foi à barra dos tribunais com o fim de impedir o bloqueio das estradas, Brasil afora. Assim, ao invés das barreiras anunciadas há dias, a notícia foi o fluxo regular de automóveis nas estradas e rodovias. A motivação dos caminhoneiros em pé de guerra com o presidente Bolsonaro, no entanto, é a mais justa. O preço dos combustíveis praticado nos postos é uma ofensa ao esforço diário dos trabalhadores.
Barreiras não impediram o fluxo de automóveis nas estradas, mas a insatisfação é geral. Não há motorista, profissional ou não, indiferente à facada sofrida ao encher o tanque. Mesmo quem opta por deixar o carro na garagem, forçado pelas circunstâncias, tem motivo de sobra para esbravejar contra a ausência de providências do presidente. O preço da gasolina já empurra a inflação para as alturas.
Ao invés de exibir as mãos lavadas, como de hábito, convém ao presidente arregaçar as mangas. O preço por subestimar o poder de mobilização dos caminhoneiros pode ser cobrado em popularidade. As consequências de uma paralisação como a proposta pelos caminhoneiros não afetam apenas a distribuição de insumos e a mobilidade. Em 2018, quando a categoria realizou a maior manifestação da sua história, após dez dias de estradas bloqueadas, aulas chegaram a ser canceladas.
O governo de turno é outro, mas as razões dos caminhoneiros são ainda as mesmas. A alta do combustível, associada ao aumento do dólar e do petróleo no mercado internacional, sacrifica toda a economia. Providências precisam ser tomadas, o quanto antes. A política de preços adotada pelo Petrobras desafia o entendimento do consumidor doméstico. Ainda mais incompreensível, no entanto, é a letargia do governo federal.