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Ironia ou escárnio?


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Publicado em 26 de novembro de 2021
Por Jornal Do Dia


Depois de enfrentar toda sorte de chicanas e artifícios, a Operação Navalha, da Polícia Federal, teve desfecho melancólico. Os fatos apurados durante o inquérito – motivado por um contrato muito suspeito, firmado entre a Companhia de Saneamento de Sergipe e a construtora Gautama, ainda em 2003 – não foram considerados suficientes pelo Tribunal Regional Federal da 5ª região, em Recife. Resultado: Dez anos depois, todos os acusados no ‘Evento Sergipe’ foram absolvidos.

Entre os inocentados por decisão da Justiça, destacava-se o nome do conselheiro Flávio Conceição. A sua nomeação para o Tribunal de Contas do Estado, do qual foi aposentado compulsoriamente por consequência das investigações movidas pela Polícia Federal, lançou uma sombra indesejável de suspeição sobre a Corte. Reconduzido ao cargo, no entanto, ele foi agora alçado à presidência do TCE por vontade dos seus pares.

A sucessão dos acontecimentos revela uma amarga ironia. Há, talvez, quem perceba nestes uma manifestação de escárnio. Engenheiro, Flávio Conceição de Oliveira Neto foi chefe da Casa Civil durante mandato do governador João Alves Filho. Também foi secretário de Transportes, Obras e Energia a serviço do mesmo projeto político. A sua dedicação foi reconhecida com a cobiçada nomeação para a Corte de Contas, em 2006. Por sua própria natureza, uma posição estratégica.

O périplo da Operação Navalha é exemplar de como o poder se converte, por vezes, em obstáculo ao funcionamento regular da Justiça. No vai e vem protelando o encaminhamento dos processos, no freio de mão acionado por tantos recursos, a acusação muitas vezes perde força. E acaba dando com os burros n’água.

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