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Jackson desiste de concorrer ao Senado e pode apoiar Rogério


Publicado em 23 de julho de 2022
Por Jornal Do Dia Se


A proposta dos líderes do bloco governista de apresentação de dois candidatos ao Senado para fortalecer a candidatura do deputado Fábio Mitidieri (PSD) ao governo do estado teve efeito
inverso. O ex-governador Jackson Barreto (MDB) comunicou ontem que não disputará mais o Senado, por não aceitar a ideia, principalmente porque o outro pretendente é o deputado federal bolsonarista Laércio Oliveira (PP).
Mitidieri diz que vota no ex-presidente Lula (PT), mas quer em seu palanque expoentes do bolsonarismo para tentar atrair o eleitorado de direita, o que Jackson não aceitou. O ex-governador foi um dos primeiros a manifestar apoio a Lula e defende que a campanha do bloco seja também voltada para a eleição do ex-presidente.
A decisão deveria ter saído na quinta-feira, mas o impedimento da maioria dos líderes provocou um adiamento que irritou o ex-governador. Jackson forçou uma reunião na sexta à tarde e depois de 2 horas de conversa anunciou a sua desistência.
O governador Belivaldo Chagas (PSD), eleito pelo esforço de Jackson, é um dos que defendiam a apresentação de dois candidatos ao Senado. Antes queria a candidatura do ex-deputado André Moura (UB), que foi condenado pelo STF a prisão e teve os direitos políticos suspensos por cinco anos. André corre em busca de uma liminar que garanta candidatura para deputado federal, que, em caso de impugnação, poderia apresentar um candidato substituto – a própria filha – e está fora da disputa ao Senado.
Hoje, mesmo que Belivaldo e os líderes dos partidos decidissem que Jackson seria o candidato único ao Senado, o ex-governador não teria garantias. Laércio Oliveira já construiu a sua candidatura e sabe que mesmo não sendo o candidato oficial terá o apoio dos governistas mais conservadores, e de candidatos a deputado estadual e a deputado federal em diversas legendas, porque tem dinheiro sobrando para bancar essas candidaturas.
Jackson vinha reclamando que o bloco não pensa na importância de eleger pessoas comprometidas com a democracia para a Câmara e para o Senado, mas apenas no fortalecimento da candidatura de Mitidieri. “Quando vejo o país nessa situação, vejo que a luta não acabou, que as pessoas precisam ter consciência sobre a importância da vitória de Lula. Temos de sair da bolha de achar que dois candidatos ao Senado fortaleceria a candidatura ao governo. Me preocupo com o Congresso Nacional, que dará viabilidade a democracia e o fim do instinto golpista. Temos de pensar no projeto nacional, senão, não funciona”, disse o ex-governador a jornalista Rita Oliveira.
Se mantivesse a candidatura, durante a campanha Jackson gostaria de transformar o seu palanque num espaço para defender a candidatura de Lula. Isso seria possível tendo ao seu lado expoentes do bolsonarismo? Parece que não.
Fábio Mitidieri defende que a campanha seja voltada para assuntos locais. E é ele como candidato a governador, e Belivaldo quem vão ditar o tom a ser adotado na campanha. O atual governador tem interesse em mostrar as suas poucas realizações, mesmo tendo paralisado o estado nos três primeiros anos de administração, para poder conceder aumento salarial aos servidores e tocar obras eleitoreiras no último ano de mandato.
Nas eleições de 2018, seis meses depois de deixar o governo, Jackson foi abandonado pelos aliados, a começar pelo próprio Belivaldo que cuidou apenas da sua reeleição, e amargou um quarto lugar na disputa pelo Senado. O mesmo poderia ocorrer nestas eleições, caso mantivesse a candidatura.
Em prol da candidatura de Lula, Jackson poderá levar o MDB para a coligação do senador Rogério Carvalho (PT), que disputa o governo com o apoio do PSB, PCdoB, PV e Solidariedade.
No palanque petista não há espaço para a disputa ao Senado em função da candidatura do ex-deputado Valadares Filho (PSB), mas poderia atacar Bolsonaro livremente, defender a candidatura de Lula e, principalmente, a democracia, motivação de toda a vida pública de Jackson Barreto.

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