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Jackson é o maior vencedor
Publicado em 28 de outubro de 2014
Por Jornal Do Dia
Quando o então governador Marce lo Déda (PT) morreu no início de de zembro de 2013 muitos pensavam que a situação em Sergipe seria derrotada facilmente porque perdeu o seu líder maior para um câncer. A partir daí a oposição começou a comemorar a vitória do senador Eduardo Amorim (PSC) para o governo, nas eleições deste ano. Amorim foi para a disputa tendo como aliado os ex-governadores Albano Franco (PSDB) e João Alves Filho (DEM), atual prefeito de Aracaju, a senadora Maria do Carmo Alves (DEM), e os aliados do bloco político. O senador fez uma coligação com 15 partidos, tendo ainda no pacote as duas emissoras de televisão – TV Sergipe e TV Atalaia – de propriedade dos Franco, que tiveram os filhos como candidatos a vice de Amorim (Augusto Franco Neto) e a suplente de Maria do Carmo (Ricardo Franco).Com a morte de Marcelo Déda, o vice-governador Jackson Barreto (PMDB) assumiu o governo, passou a liderar o projeto e seguiu em frente com os aliados de sempre, a exemplo do PT de Déda, hoje presidido pelo deputado federal Rogério Carvalho; o PSB do senador Valadares; o PRB, do prefeito de Canindé do São Francisco, Heleno Silva; o PDT, do prefeito de Socorro, Fábio Henrique; o PCdoB, do ex-prefeito Edvaldo Nogueira, totalizando 11 partidos.Jackson surpreendeu no primeiro turno das eleições, quando ganhou o pleito com 53,52% dos votos, conquistando Amorim apenas 41,47% dos votos. JB perdeu as eleições para EA em apenas sete municípios. A presidente Dilma Rousseff (PT), que foi a candidata de JB, também ganhou as eleições em Sergipe no primeiro turno com 54,93% dos votos. O presidenciável Aécio Neves (PSDB), apoiado pelo senador, ficou em segundo lugar com 22,68%.Nesse segundo turno, Jackson Barreto voltou a surpreender ao conseguir ampliar a vitória de Dilma em Sergipe, que chegou a 67,01% dos votos no Estado, ficando Aécio com 32,99%. Isso porque ele enfrentou, novamente, João Alves, Albano Franco, Eduardo Amorim, Maria do Carmo Alves, André Moura, José Carlos Machado, Augusto Franco Neto, Ricardo Franco e Valadares, que se aliou ao grupo no segundo turno, quando decidiu apoiar Aécio Neves ao invés de Dilma Rousseff.O resultado das urnas no primeiro e segundo turno mostra a força política de Jackson Barreto e o apoio do povo ao projeto de continuidade das mudanças. Até porque JB bateu recorde nas eleições: ganhou de Eduardo Amorim com mais de 122 mil votos, quando nenhum político conquistou o governo em Sergipe com essa diferença de votos; venceu em Aracaju com mais de 30 mil votos, quando o bloco governista vinha perdendo nas últimas eleições; e levou Dilma a ganhar em todos os municípios, incluindo a capital que em 2010 deu a vitória ao presidenciável tucano José Serra.A diferença de votos de Dilma para Aécio foi de 392.031 em todo o Estado. Em Aracaju, a candidata do PT ganhou com 56,90% dos votos, enquanto o candidato do PSDB ficou com 43,10%. A diferença foi de 42.292.Vale ressaltar que a capital é administrada por um prefeito do DEM, aliado de primeira hora da candidatura de Aécio Neves, e que tem um vice do PSDB, que é José Carlos Machado.Com essas vitórias expressivas contra todas as grandes lideranças políticas de Sergipe, aumenta a responsabilidade de Jackson Barreto com o povo sergipano. Povo esse que disse não ao acórdão e sim ao crédito de confiança que depositou nele para dar continuidade ao projeto de mudança iniciado e liderado por Déda.Para tanto, Jackson, que já prometeu que se aposenta politicamente em 2018, terá que melhorar, e muito, a saúde, educação e segurança pública, que são o calcanhar de Aquiles de qualquer administração. Conseguindo isso, ele encerrará a sua vida pública com chave de outro.Vamos aguardar e cobrar …
Fogo amigo 1
O governador eleito Jackson Barreto (PMDB) não perdoa o senador Valadares (PSB) por ter feito a opção de no segundo turno das eleições não seguir com o projeto de apoio do bloco a reeleição de Dilma Rousseff (PT). Na festa de comemoração da vitória da candidata petista, na Orla de Aracaju, JB acusou Valadares de deixar o projeto e ter ido para "o caminho das elites".
Fogo amigo 2
"Tenho que dar nome aos bois. Valadares acompanhou João Alves, Eduardo Amorim e Albano Franco. Vocês foram todos derrotados, no interior e na capital. Foi preciso bater na mesa para dizer que não concordamos. Um partido que é socialista não podia votar na direita", declarou Jackson.
Lamúria
Ontem, em conversa com a coluna, o governador lamentou que Valadares "tenha procurado o caminho da burguesia e da elite". Disse que esse pleito foi uma luta de classe social, estando de um lado a burguesia e do outro o povo bem nos moldes da luta de classe, e que, portanto, Valadares tinha que seguir com o bloco que é aliado há mais de uma década.
Pote de mágoa
De JB ao ser questionado se passada as eleições vai ser superada essa mágoa contra Valadares, até porque o senador chegou a postar no tuiter que após o pleito esqueceria tudo e voltaria a sentar com ele para discutir os projetos do governo, que ajudou a construir: "E eu sei. Não estou preocupado com isso. Não vou me negar a sentar com Valadares. Hoje já tenho claro o que penso. Mudou a forma de análise política de Valadares. Para mim o Valadares de antes não é o mesmo de agora".
Quebra da confiança
Disse ainda: "Essa eleição não foi uma qualquer. Entrei em uma luta de classe ideológica, foi uma luta do povo contra a burguesia. O povo derrotou a elite. Isso me marcou muito. Saber que na hora ‘H" não se pode contar com um aliado não é coisa simplória. Essa eleição definiu com quem você pode contar nos momentos difíceis. Como vou confiar novamente em Valadares?".
Mesma tecla
Do governador ao demonstrar satisfação com a derrota de Valadares, João Alves, Albano Franco e Maria do Carmo nas eleições do segundo turno em Sergipe: "Isso fortalece a minha tese de que Albano deve permanecer em casa e que João, Maria e Valadares devem ir para casa ao final dos seus mandatos, pois nas próximas eleições eles estarão com mais de 75 anos. A idade recomenda isso. Eu também vou para casa ao final do meu mandato. Agora é a vez das novas lideranças".
Alfinetada
Segundo Jackson, eles fizeram uma campanha de mentira pró-Aécio Neves. "Todos preguiçosos, não foram para as ruas, não foram para o interior. Fizeram apenas convenção logística na CDL, enquanto fiz carreatas e caminhadas pró-Dilma na capital e interior nas regiões do Agreste, Baixo São Francisco, Sertão e Centro-Sul".
Sem arrependimento
O senador Valadares voltou a se manifestar ontem sobre o apoio a Aécio Neves. "Cumprimos com o nosso dever. Aguardemos. Essa nossa posição será aceita e enaltecida, e não vai tardar. É só esperar. Agradeço a todos os que me acompanharam, e também àqueles que, mesmo não me acompanhando, compreenderam e respeitaram a minha posição. Não me arrependo de nada. Faria tudo de novo. Agora é guardar as bandeiras para outras lutas que virão à frente, mas nunca deixar de lutar por um Brasil melhor. Não vamos desistir do Brasil".
Em frente
Disse ainda Valadares: "Passei 15 anos na oposição em Sergipe. Se querem me colocar pra fora sem respeito e gratidão pelo que fiz, não me acovardarei. Começarei tudo de novo. Havia acordo que não foi contestado de que apoiaríamos o candidato do PSB a presidente. Estou sendo apunhalado pelas costas. Aguardem prova".
Aposentadoria
À imprensa, Valadares e João Alves comentaram sobre suas aposentadorias sugeridas pelo governador a partir de 2018. O senador questionou se se tratava de decreto de um imperador e afirmou que enquanto não saia continuaria no Senado trabalhando pelo povo de Sergipe. Já o prefeito disse que JB está se julgando muito importante para dizer quem deve ou não se aposentar. Revelou que espera trabalhar até os 100 anos e até lá vai esperar publicação da sua aposentadoria no Diário Oficial.
Ponto de vista 1
Para o ex-prefeito Edvaldo Nogueira (PCdoB) a reeleição de Dilma é uma constatação que o Brasil quer continuar o projeto de mudança, iniciado há 12 anos pelo PT. Projeto esse que teve aceitação não só no Nordeste e no Norte, mas também em Minas Gerais e no Rio de Janeiro, demonstrando o crescimento da presidente no Sudeste do país.
Ponto de vista 2
Entende que a diminuição da diferença de votos, pouco mais de 3%, é um recado do povo brasileiro que existe uma necessidade de mudanças. "O povo disse: queremos a continuidade do que fizeram (inclusão social, crescimento econômico, Nordeste crescendo), mas é preciso melhorar a saúde, educação e segurança pública".
Satisfação
O ex-prefeito comemora o fato do seu grupo político liderado por Jackson Barreto ter proporcionado a maior vitória a um presidenciável das três últimas eleições, derrotando o candidato de João Alves, Albano Franco e Valadares. "Isso prova que o projeto liderado por Jackson Barreto foi aprovado pela sociedade, até porque houve o aumento da votação no segundo turno. Agora temos que ajudar Jackson a fazer um bom governo, melhorar o que precisa ser feito, enfrentar os desafios da saúde, educação e segurança pública. É preciso resolver os problemas crônicos. A população deu voto de confiança. É preciso retribuir e saber corresponder".
Veja essa…
De Jackson Barreto sobre a adesão de Valadares ao tucano Aécio Neves no segundo turno das eleições: "Valadares foi derrotado pelo oportunismo político. Achava que Aécio ia ganhar".
… e essa …
De Edvaldo Nogueira com relação a união de João Alves, Albano Franco, Valadares e Eduardo Amorim no segundo turno: "Foi a reedição do acordão em Sergipe. O povo derrotou nas urnas todos eles".
Curtas
Com a derrota de Aécio Neves caiu por terra o sonho do prefeito João Alves em ser ministro. João teria confessado a amigos que o tucano o havia convidado para ser ministro caso ganhasse as eleições.
O ex-prefeito de Poço Verde, Tonho de Dorinha (PSB), comemorou a vitória expressiva de Dilma Rousseff em seu município. A candidata do PT ganhou com 71,10% dos votos válidos contra 28,90% de Aécio Neves.
Jackson Barreto remarcou para hoje, às 17h, a festa da vitória de Dilma Rousseff em Itabaiana, em razão da morte do prefeito de Nossa Senhora de Lourdes, Fábio Andrade, e a sua mãe, em acidente automobilístico. JB, inclusive, foi ao velório.
A festa organizada pelos apoiadores de Aécio Neves, em Sergipe, caso o tucano fosse o vitorioso nas urnas, seria na Praia 13 de Julho, com um trio-elétrico.
Com o fim das eleições, marcada por uma campanha de ódio e de separação do Brasil entre ricos e pobres, é preciso desarmar os espíritos e seguir em frente. Até porque o país não vai entrar em uma guerra civil e a vida vai continuar.