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Jackson, Edvaldo e Belivaldo levaram bloco criado por Déda para a direita


Publicado em 19 de fevereiro de 2022
Por Jornal Do Dia Se


O EX-GOVERNADOR JACKSON BARRETO

O governador Belivaldo Chagas (PSD), o ex-governador Jackson Barreto (MDB) e o prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira (PDT), conduziram a vitoriosa coligação liderada pelo ex-governador Marcelo Déda, em 2006, num amontoado de legendas, sem qualquer filtro ideológico, com um único objetivo: ganhar eleições. E isso acontece mesmo em situações adversas, quando a oposição parece ter alguma chance.
Antes, em 1994, Jackson liderou uma grande frente para enfrentar a candidatura de Albano Franco ao governo do estado e surpreendeu ao vencer o primeiro turno, perdendo no segundo após ampla mobilização a favor de Albano patrocinada pelo então governador João Alves Filho. Se JB não foi eleito, a frente elegeu os dois senadores – Antonio Carlos Valadares e José Eduardo Dutra – e permitiu a ressurreição política de Déda, eleito para o primeiro mandato de deputado federal.
Em 1998, quando se esperava o fortalecimento da frente de oposição e a repetição da mobilização contra a reeleição de Albano, Jackson patrocinou um inesperado acordão com o então governador, permitindo a sua reeleição. O bloco se esfarelou, JB perdeu para Maria do Carmo Alves a vaga de senador e Marcelo Déda foi reeleito deputado federal com votação consagradora.
Em 2000, Déda surpreendeu ao ganhar a disputa pela Prefeitura de Aracaju tendo ao seu lado apenas o PCdoB, que apresentou Edvaldo Nogueira como vice. A mudança no comando da PMA, no entanto, não foi suficiente para a formação de uma nova frente para enfrentar Albano e João Alves em 2002, mas as transformações sociais adotada por Déda no comando da PMA garantiram a sua reeleição em 2004 com mais de 70% dos votos válidos, o que só tinha acontecido em 1985, quando foram restabelecidas as eleições diretas nas capitais, e o eleito foi Jackson Barreto.
A posse de Déda em 2005 se transformou no embrião para a montagem da ampla frente que daria fim ao poderio de Albano e João no comando do estado. Quando ele renunciou ao comando da PMA e transferiu o cargo para Edvaldo, em abril de 2006, foi uma apoteose: pela primeira vez quem deixava o cargo era mais festejado do que quem estava assumindo.

A consolidação do bloco foi facilitada pela obsessão de João em construir a ponte Aracaju/Barra dos Coqueiros, uma obra marcante, mas que consumiu todos os recursos do estado. O governador acabou abandonando o interior do estado, onde sempre foi dono dos votos, provocando uma insatisfação generalizada entre as lideranças. Parecia a volta do tempo do bipartidarismo, na época da ditadura, e Déda soube aproveitar bem essa insatisfação, criando blocos de apoio em todos os municípios, culminando com a vitória, no primeiro turno, em 2006.
Apesar de ter feito um governo realizador, a reeleição em 2010 fez com que Déda ampliasse ainda mais a sua coligação, incorporando o PSC dos irmãos Amorim e do então deputado federal André Moura, e os ainda aliados de Albano. O governador rompeu com os Amorim um ano depois, quando eles anteciparam a eleição da mesa diretora da Assembleia Legislativa, garantindo um segundo mandato para a deputada Angélica Guimarães. Queriam mandar no governo via legislativo.

A morte de Déda, em 2013, alçou Jackson à condição de governador, reeleito em 2014 derrotando os irmãos Amorim e poderosos grupos econômicos que se aliaram. Para vencer em 2018 e compensar a saída do PSB, Belivaldo precisou ampliar mais o bloco, reincorporou André Moura, que se transformou no grande guru do governo, e hoje administra com o apoio dos mesmos partidos que integram a base política do presidente Jair Bolsonaro no Congresso Nacional.
A saída do PT do bloco governista para apresentar a candidatura do senador Rogério Carvalho ao governo, deixou Belivaldo mais ligado aos conservadores e tende a apresentar à sua sucessão os nomes do deputado federal Fábio Mitidieri (PSD), com grande poderio econômico, e o deputado federal Laércio Oliveira (PP) ao Senado, ligado ao bolsonarismo.
Jackson Barreto, que tenta disputar o Senado, quer retomar um perfil mais ideológico, se encontrou com o ex-presidente Lula e sugere uma opção mais progressista, como a candidatura do prefeito Edvaldo Nogueira a governador, o que não mudaria o perfil do bloco liderado por Belivaldo.
Jackson fez história na resistência contra a ditadura militar e Edvaldo é cria do movimento estudantil, com ampla militância na esquerda – só trocou o PCdoB pelo PDT em 2018. Mas os dois são tão responsáveis quanto Belivaldo pela opção conservadora do bloco político forjado por Déda em 2006.

Boatos atingem candidatura de Rogério
O presidente estadual do PT, deputado federal João Daniel, precisou distribuir ontem, via redes sociais, novo comunicado garantindo a candidatura do senador Rogério Carvalho ao governo do estado. “Sobre os rumores de alianças e possibilidade de não candidatura do senador Rogério Carvalho ao governo do estado, gostaria de informar que nesta sexta-feira, às 13 horas, conversei longamente com a presidenta nacional do Partido dos Trabalhadores, deputada Gleisi Hoffmann, que nos informou que nunca foi discutida nenhuma possibilidade, até hoje, da não candidatura de Rogério ao governo de Sergipe.
Portanto, companheirada, todos esses comentários de não candidatura do PT ao governo não passam de comentários infundados. Reitero também nosso compromisso e confiança na presidenta Gleisi sobre toda discussão que nosso partido está realizando. Estamos dialogando, informado e participando do debate”, diz o comunicado de João Daniel.
Os novos boatos surgiram a partir de reportagem publicado em OGlobo dizendo que a direção nacional do PT havia oferecido a retirada da candidatura de Rogério para consolidar a aliança com o PSD logo no primeiro turno.
Já a Folha de S.Paulo diz que “além da possibilidade de retirar candidaturas aos governos estaduais da Bahia, de Minas Gerais e do Amazonas para dar lugar a candidatos do PSD, os petistas se comprometeriam a apoiar a candidatura de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para presidir o Senado na próxima legislatura”.

Luciano Bispo recebe alta
O presidente licenciado da Assembleia Legislativa, deputado Luciano Bispo, recebeu alta da UTI semi-intensiva e encontra-se no apartamento do Hospital Sírio-Libanês em São Paulo. De acordo com os últimos exames médicos, a exemplo da tomografia, o resultado da recuperação é melhor que o esperado.
O deputado Luciano Bispo iniciou sessões de fisioterapia e deve ter alta médica na próxima segunda-feira. Assim que receber liberação da equipe médica, o parlamentar irá para um hotel em São Paulo, onde permanecerá até o final de semana.

Denúncia esquisita
Depois que o radialista e deputado Gilmar Carvalho anunciou em seu programa na Jornal que o governador Belivaldo Chagas (PSD) estaria recebendo ameaças de morte, a Secretaria de Segurança Pública de Sergipe instaurou inquérito nesta quinta-feira (17) para apurar as denúncias. De acordo com a Superintendência de Comunicação do Estado, o parlamentar vai ser chamado a depor para que possa esclarecer os fatos.
As investigações serão coordenadas pelo Complexo de Operações Policiais Especiais (Cope), através do delegado Dernival Eloi. A assessoria garante que o governador nunca recebeu qualquer ameaça desse tipo.

STF mantém restrições às propagandas eleitorais pagas em jornais
O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu na quinta-feira (17), por maioria, manter as limitações impostas pela legislação às propagandas eleitorais pagas nos jornais, sejam eles impressos ou em suas versões online.
O julgamento começou na semana passada e foi retomado nesta quinta-feira com o voto do ministro Dias Toffoli, que se posicionou contrário à retirada das restrições. Votaram nesse sentido também Nunes Marques, Alexandre de Moraes, Rosa Weber, Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes, somando seis votos a favor das limitações.
Ficaram vencidos no julgamento os ministros Luiz Fux, Luís Roberto Barroso, Edson Fachin e Cármen Lúcia. Para essa corrente, as limitações às propagandas em jornais se tornaram inconstitucionais diante das imensas mudanças no panorama midiático desde que foram criadas.
A legislação eleitoral atual impõe uma restrição de quantidade e de tamanho à propaganda paga de candidatos nos jornais impressos, que só podem ser publicadas até a antevéspera do pleito. Também não é permitida propaganda eleitoral paga em sites de pessoas jurídicas, como é o caso dos jornais.
É permitido somente o impulsionamento de conteúdos, devidamente identificados, em redes sociais e blogs, ou em sites do próprio candidato ou do partido.
Tais restrições tiveram, entre as justificativas, impedir o favorecimento de candidatos com maior poder econômico, com maior capacidade de pagar pelos espaços ou de cooptar publicações locais. Elas existem desde os anos 1990 e foram atualizadas pela última vez em 2009.
No Supremo, a Associação Nacional de Jornais (ANJ) alegou que as mudanças no panorama midiático tornaram as restrições anacrônicas, pois as mensagens de candidatos hoje circulam livremente em aplicativos de mensagens e outros meios, até mesmo no dia da eleição.
“A propaganda tem outros caminhos, daí que a medida proibitiva não realiza sua vontade de inibir abuso de poder econômico”, disse o advogado Andre Cyrino, em nome da ANJ. Para ele, a única utilidade atual das restrições seria estrangular financeiramente os jornais, que já registram faturamento em queda nos últimos anos. Tal quadro seria desproporcional diante da permissão concedida às redes sociais, argumentou a entidade.

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