Jackson pede a João que deixe a conta da PMA no Banese
Publicado em 17 de setembro de 2013
Por Jornal Do Dia
Cândida Oliveira
candidaoliveira@jornaldodiase.com.br
Com a possibilidade de retirada da conta e a folha de pagamento da Prefeitura de Aracaju do Banco do Estado de Sergipe (Banese), o governador em exercício, Jackson Barreto, pediu bom senso ao prefeito João Alves Filho. Ele falou sobre o assunto na manhã de ontem, 16, quando foi questionado por jornalistas durante entrega de tablets a alunos da rede pública de ensino.
Ele contou que haverá uma reunião entre o prefeito e a presidente do Banese, Vera Lúcia, mas que não deve ter a participação dele. "Lembrei a Dr. Joao que ele governou Sergipe por três mandatos e durante esses mandatos ele governou com prefeitos adversários politicamente, mas nenhum desses prefeitos tomou a iniciativa de tirar do Banese a conta da Prefeitura de Aracaju. O que eu pedi a ele é uma questão de bom senso, pois fortalecer o Banese é fortalecer nosso patrimônio, nosso desenvolvimento e acima de tudo, a economia de Sergipe", ressaltou o governador em exercício.
Jackson advertiu ainda que o Banese pertence ao povo sergipano. "Mexer no Banese é trabalhar contra o desenvolvimento do pequeno agricultor, do pequeno empresário que precisa do banco. Quando um dá o sinal de tirar a conta, você estimula outros a seguirem o mesmo caminho. Peço a Dr. João, deixe a conta no Banese", solicitou.
O assunto tem causado polêmica. Sobre o tema, o prefeito João Alves disse ter respeito ao Banese, que é um patrimônio do estado, mas que estava havendo uma politização. "O Banese desde 2008 perdeu mais de ¼ dos depósitos, porque existe um instrumento chamado portabilidade, a pessoa escolhe onde quer receber sua folha. A razão disso é que outro banco dá uma melhor remuneração ao crédito consignado e uma melhor assistência aos funcionários. Então, a licitação é por uma questão de sobrevivência, inclusive todos os municípios do Nordeste estão fazendo o mesmo", explicou.
Sobre o depoimento do prefeito João Alves Filho de que está havendo politização com o assunto, Jackson Barreto respondeu, "não estou vendo nem gotinha, nem gotona, estou defendendo os interesses de Sergipe. O banco é um instrumento de desenvolvimento do nosso Estado".
Para ter a prefeitura e os funcionários públicos municipais como clientes, a instituição financeira terá que oferecer a melhor proposta, uma espécie de leilão. A presidente do Banese, Vera Lúcia já antecipou que o banco não vai participar da licitação. "O banco não vai participar porque a análise econômica que foi realizada mostrou que o prazo de 5 anos é muito curto para ter retorno", explanou.
Ela destacou ainda que outras prefeituras podem seguir o exemplo da administração aracajuana. "Não há a conta apenas da Prefeitura de Aracaju, há outras prefeituras que irão precificar seu ativo, que é a folha. Se colocarmos uma conta de R$ 12 a R$ 13 milhões por prefeitura é mais de R$ 200 milhões e o patrimônio do banco é de R$ 236 milhões, então não temos como disponibilizar R$ 200 milhões para todas as prefeituras. Não há dúvidas, se a Prefeitura de Aracaju tiver sucesso com a venda outras prefeituras vão justificar problemas financeiros e querer vender suas contas, isso vai fragilizar o banco".