A PREVISÃO É QUE O JULGAMENTO SÓ ACABE NA SEXTA-FEIRA (Ascom/SMS)
Julgamento do Caso Genivaldo deve terminar só na sexta-feira
Publicado em 03 de dezembro de 2024
Por Jornal Do Dia Se
Contratempos no fluxo de depoimentos, requisições entre assessorias jurídicas de defesa e acusação, bem como intensidade dos fatos em discussão, contribuíram para que o veredito, a ser deliberado pelos membros do júri popular na ação que estuda a morte de Genivaldo de Jesus Santos, seja oficializado na próxima sexta-feira (6). Inicialmente 36 pessoas foram indicadas como testemunhas – seis foram dispensadas até o início da tarde de ontem. Das 30 aptas para participar da oitiva, 19 foram ouvidas, sendo 13 da acusação e seis da defesa. A dispensa de testemunhas é algo comum dentro do Tribunal do Júri e pode ser feito por todas as partes.
Réus, presos e exonerados do cargo federal desde agosto do ano passado, os ex-policiais rodoviários federais Paulo Rodolpho Lima Nascimento, Kleber Nascimento Freitas e William de Barros Noia são acusados pelos crimes de tortura e homicídio triplamente qualificado no dia 25 de maio de 2022. Conforme amplamente destacado pelo JORNAL DO DIA – com base na constatação apresentada por peritos do Instituto Médico Legal (IML) e do Ministério da Justiça e Segurança Pública -, a vítima, de 38 anos, morreu asfixiado. Houve encaminhamento para unidade hospitalar, mas sem sucesso. Durante a manhã e tarde de ontem foram ouvidos os peritos escalados para investigar as causas da morte.
A cronologia dos fatos mostra que o policial William Noia aparece pedindo para que Genivaldo colocasse as mãos na cabeça. Momento em que a vítima obedece às ordens, mas, sem apresentar qualquer reação, recebe um jato de spray de pimenta no rosto. Logo em seguida o policial Kleber Nascimento Freitas dispara spray de pimenta pelo menos cinco vezes enquanto Genivaldo alegava não estar fazendo nada além do exigido. A ação continuou no chão, quando ambos os policiais pressionaram o pescoço e o peito de Genivaldo com os joelhos. Após ser colocado no porta-malas da viatura, o policial Paulo Rodolpho Lima depositou uma granada de gás lacrimogêneo no compartimento traseiro da viatura enquanto Paulo Rodolpho e William seguraram a porta.
Realizado no Fórum Ministro Heitor de Souza, no município de Estância, a 32 km de Umbaúba, o julgamento é presidido pelo juiz federal Rafael Soares Souza, da 7ª Vara Federal em Sergipe. Pela Justiça Eleitoral foi revelado no final da tarde de ontem que prestaram depoimento as seguintes testemunhas: Wallysson de Jesus Santos, sobrinho da vítima; uma pessoa que presenciou a ação; a mãe de Genivaldo, Maria Vicente; a ex-esposa de Wallysson (com quem era casado à época); um químico especialista em gás, ex-funcionário da empresa fabricante da granada de gás lacrimogêneo acionada dentro da viatura da PRF; e o corregedor regional da PRF, que atuou na apuração das denúncias e no procedimento administrativo disciplinar instaurado contra os réus. (MAJ)