Terça, 21 De Janeiro De 2025
       
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Kevin Spacey é inocente


Publicado em 29 de julho de 2023
Por Jornal Do Dia Se


E agora?

Rian Santos – riansantos@jornaldodiase.com.br
 
Kevin Spacey é inocente. 
Assim foi decidido em um tribunal de Londres, onde o ator foi obrigado a se defender das acusações que destruíram a sua carreira. Protagonista da série Houseofcards, vencedor de dois Oscar, ele estava no auge da popularidade quando foi acusado de se comportar como um predador sexual. Humilhado nos bancos dos réus, Kevin Spacey chorou ao receber a sentença. Após tanto tempo perdido, o ator deve estar se perguntando: E agora?
Os supostos crimes teriam ocorrido entre 2004 e 2013, quando Spacey trabalhava como diretor artístico no teatro OldVic, em Londres. Segundo o ator, eventuais relações teriam sido consentidas. 
O episódio serve de alerta sobre os efeitos deletérios da cultura do cancelamento. A moda pegou, infelizmente. Desde Roman Polansk e Woody Allen, a estratégia adotada para destruir reputações adaptou-se à tecnologia, ganhou volume e escala, uma tragédia.
Artistas são homens de carne e osso. Há quem os julgue, ao contrário, sabedores de verdades estranhas ao comum das gentes, o populacho. A visão romântica do poeta coroado por um círculo de luz, feito um iluminado, talvez fizesse algum sentido quando a palavra era privilégio de poucos. Hoje, em plena era do streaming, não passa de desatino, idolatria, produto da cabeça fraca dos desmiolados.
Vira e mexe, algum artista cai em desgraça, em função de declarações francamente infelizes, carregadas de preconceitos lamentáveis – a banda podre da cultura eurocêntrica, perpetuada mundo afora, desde sempre. Sinal dos tempos. ‘Errarehumanum est’. Mas os justiceiros sociais de plantão nas redes sociais não o reconhece, implacáveis.
O clima é de inquisição, de caça às bruxas. Uma vez ateada, a fogueira queima sem preferência por culpados e inocentes.
Por fim, resta a pergunta da jornalista Mariliz Pereira Jorge: Nós, feministas, já entendemos que nem sempre a suposta vítima tem razão?
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