Sede do Case em Aracaju. Foto: Divulgação
Leite e remédio estão em falta na Case
Publicado em 12 de janeiro de 2018
Por Jornal Do Dia
Milton Alves Júnior
Usuários do Sistema Único de Saúde que buscam medicamentos junto ao Centro de Atenção à Saúde de Sergipe (Case), têm encontrado dificuldades para adquirir unidades do remédio Citrato de Sildenafila, e do leite PKU tipo 2, que, desde o mês passado, seguem indisponíveis aos paciente cadastrados. De acordo com a direção do Case, a situação ocorre em virtude de problemas burocráticos e logísticos realizados por empresas vencedoras dos pregões electrónicos. Diante da irregularidade do serviço, pacientes sergipanos que dependem deste fornecimento pedem maior atuação por parte do Ministério Público Estadual e do Tribunal de Justiça.
A direção do centro alega que ao menos duas vezes por mês o setor administrativo do Case promove a contabilidade interna dos medicamentos e realiza o pedido dos remédios com baixa nos estoques. Essa medida tem por objetivo evitar que a própria população se depare com a ausência de outros medicamentos fornecidos pela rede SUS. Juntos, o Citrato de Sildenafila, indicato para tratamento de hipertensão arterial pulmonar e o leite PKU tipo 2, para crianças entre dois e oito anos, provocam dificuldades para aproximadamente 100 usuários. Denúncias mostram ainda que o medicamento Acitretina, destinado para dermatite – inflamação na pele, também segue indisponível.
Entre as pessoas que sofrem com a situação está a trabalhadora Maria de Lourdes Ramos. Segundo a beneficiada, a falta de medicamentos trata-se de um problema corriqueiro e que gera interfere diretamente no estado clínico dos usuários. "Há quantos meses e até anos vocês mostram essa dificuldade. Antes de mim outra inúmeras pessoas sofreram com o mesmo problema é o que se percebe é que nada mudou. Precisamos de uma intervenção jurídica imediata porque se for pra continuar desse jeito é melhor nem mais gastar nosso tempo e paciência para ir até o Case. Essa história de atraso no fornecimento não é de agora", disse.
De acordo com o coordenador do Centro de Atenção à Saúde de Sergipe, Paulo Roberto Andrade, de fato a burocracia dos trâmites legais resultou no atraso logístico dos remédios. Ainda falta finalizar a homologação do pregão eletrônico para que o material seja entregue. Sem citar prazos, ele garante que o Case tem trabalhado para que a situação seja normalizada em curto prazo. "Infelizmente nos deparamos com empresas que vencem o pregão, mas depois desistem e não entregam – foi o que aconteceu, por exemplo com o PKU tipo 2. Esse mesmo problema às vezes é vivenciado pelo próprio almoxarifado da Secretaria de Estado da Saúde", declarou.
O coordenador pede que as empresas apenas se disponham a participar desses procedimentos com a certeza que poderão cumprir com as respectivas obrigações. "Precisamos que aquelas que venceram repassem o produto de imediato, e aquelas que futuramente participarão também cumpram com o previamente definido", pontuou.