Lugar de gente
Publicado em 25 de fevereiro de 2023
Por Jornal Do Dia Se
Rian Santos
riansantos@jornaldodiase.com.br
Há quem atribua aos museus um status fúnebre, como se as paredes dedicadas à preservação da sensibilidade de uma dada comunidade, em um contexto determinado, resguardasse não a experiência concreta de um povo, mas ossos descarnados, restos mortuários, cadáveres, defuntos.
Em verdade, contudo, nem sempre é assim. Sim, há museus de todas as qualidades espalhados por aí. Muitos, infelizmente, acolhem e justificam todos os preconceitos atribuídos à memória preservada em documentos e costumes. O Museu da Gente Sergipana, sob a supervisão caprichosa de Ézio Déda, ao contrário, sempre esteve de portas abertas para a Cultura viva do lugar. E, assim, está sempre cheio de gente.
Leio sobre a disposição de dar guarita ao papocos da aldeia, manifesta em Chamada Pública lançada pelo Museu da Gente Sergipana, endereçada a artistas e produtores culturais (ver nesta página).Trata-se de suprir a demanda por palco, dar guarita a quem faz das tripas coração, a fim de jogar mundos no mundo – nas palavras sempre espertas do mano Caetano.
Plateia, bato palmas. Antevejo a miríade de situações e espetáculos criados aqui e agora, em plena aldeia Serigy. Assim, vibram as paredes de um museu, com todos os nervos, repleto de visitantes, feliz da vida.