Sexta, 10 De Janeiro De 2025
       
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LUIZ CARLOS PINHEIRO MACHADO: UM GRANDE BRASILEIRO


Publicado em 10 de julho de 2020
Por Jornal Do Dia


 

* Clayton Campagnolla e Manoel Moacir Costa Macêdo
A história registra os fatos, por isso é cientifica. Ela é inexorável, ninguém escapa. Os vieses serão os registros como sujeito ou objeto, vencido ou vencedor e principal ou coadjuvante. Pinheiro Machado, o Professor Luiz Carlos Pinheiro Machado, engenheiro agrônomo, doutor em agronomia e catedrático da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – URGS e titular da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, não foi um registro qualquer. Ele fez história como sujeito, principal, vencido e vencedor. Jamais omisso ou despercebido. Personalidade forte e atitudes corajosas.
Do ramo genealógico do gaúcho Pinheiro Machado, Senador da República e influente político da República Velha, conhecido como "o condestável da República". Assassinado pelas costas, com duas punhaladas de uma faca cega e enferrujada por seu vulgar algoz. O Professor Pinheiro Machado com o adjutório da faca afiada da ciência e a coragem dos destemidos não se escondeu, mas atuou do "tempo de chumbo à Nova República". Altivez, crença e força nas ideais, o qualificaram como Pinheirão. 
Destacado na zootecnia e na agronomia, ímpares competências num único profissional. Acadêmico, progressista e militante nas prerrogativas do engenheiro agrônomo. Além de professor das respeitadas universidades brasileiras, foi docente na Universidade Católica Argentina e na Universidade de Buenos Aires. Como Presidente da Confederação dos Engenheiros Agrônomos do Brasil – CONFAEAB, foi além das defesas do exercício profissional para as ações de resistência democrática. 
Professor Pinheiro Manchado fez história além das fronteiras dos pampas e montanhas do Sul do Brasil. Elaborou e implementou projetos de desenvolvimento agrícola no Chile,Argentina, Venezuela, Colômbia, Paraguai e Cuba.Inovador e visionário do seu tempo, vencido nesse mês de julho nos longevos noventa e dois anos de intensa vivência. Criador e professor da primeira disciplina de "Etologia" na América Latina, demonstrava sensibilidade no cuidado com os animais. Para ele o "confinamento de animais é crime ecológico e comportamental". Principal divulgador do "Pastoreio Racional Voisin-PRV", tecnologia de alta produtividade e integração de pastagens. Uma inovação adaptada aos pequenos criadores de gado. 
Nos anos oitenta, impulsionado pelos sonhos e emoções democráticas da Nova República, Pinheiro Machado é chamado para uma desafiadora missão, dessa feita adiante da cátedra universitária, da militância associativa e dos projetos do bem-viver humano e animal: a presidência da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA. Organização criada na lógica da "Revolução Verde", da legitimidade do capitalismo no campo e do aumento da produção e produtividade das lavouras e criações visando a soberania alimentar, todavia com uma perspectiva reducionista e de acumulação do capital em padrões de mais-valia. 
Pinheirão não esmoreceu frente às resistências para adequar os frutos da pesquisa agropecuária pública ao universo ampliado dos agricultores e à problemática ambiental, muito antes de qualquer acordo mundial sobre as mudanças climáticas. Ao completar onze meses, menos que um ano da "lua de mel" da conquista das liberdades democráticas, ele foi alvejado e aparentemente vencido. Uma contradição exposta no patrimonialismo da pesquisa agropecuária brasileira. Os projetos na abreviada gestão de Pinheiro Machado, eram assustadores para a época, a exemplo da agricultura orgânica, meio ambiente, soberania genética, transversalidade da geração da pesquisa agropecuária com a assistência técnica e extensão rural, pluralidade dos sistemas produtivos agrícolas e a inserção de quadros democráticos na gestão da Empresa. Professor Pinheiro Machado, os seus ideais não foram olvidados, eles ecoaram mais fortes que os rojões da sua contradita derrota. Mesmo precariamente, elas prosperaram adiante. Evidências que o tempo desabrochou, próprias dos visionários que sabem, sentem e sonham. As Unidades de Pesquisa de Meio Ambiente e Agroflorestais eo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar -PRONAF, entre outros feitos, são registros de quem faz a história como vencedores.
A "modernidade líquida", o tempo e a idade, não esmoreceram o valente Pinheirão. Mais uma vez, disponibilizou o saber, experiência e energia à agropecuária sustentável e à produção agrícola limpa e saudável, numa época onde eram tendências ou quimeras de aloprados e ecologistas. Para o professor Antônio Rosa, Pinheirão deixa um "legado de lutas contra as injustiças relacionadas às atividades agrícolas e às pessoas em geral, um referencial de dignidade". Obrigado Mestre. Missão cumprida. Esteja em paz camarada.
* Clayton Campagnolla e Manoel Moacir Costa Macêdo são engenheiros agrônomos e respectivamente ex-Presidente da Embrapa e ex-Chefe de Unidades Descentralizadas de Pesquisa da Embrapa.

* Clayton Campagnolla e Manoel Moacir Costa Macêdo

A história registra os fatos, por isso é cientifica. Ela é inexorável, ninguém escapa. Os vieses serão os registros como sujeito ou objeto, vencido ou vencedor e principal ou coadjuvante. Pinheiro Machado, o Professor Luiz Carlos Pinheiro Machado, engenheiro agrônomo, doutor em agronomia e catedrático da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – URGS e titular da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, não foi um registro qualquer. Ele fez história como sujeito, principal, vencido e vencedor. Jamais omisso ou despercebido. Personalidade forte e atitudes corajosas.
Do ramo genealógico do gaúcho Pinheiro Machado, Senador da República e influente político da República Velha, conhecido como "o condestável da República". Assassinado pelas costas, com duas punhaladas de uma faca cega e enferrujada por seu vulgar algoz. O Professor Pinheiro Machado com o adjutório da faca afiada da ciência e a coragem dos destemidos não se escondeu, mas atuou do "tempo de chumbo à Nova República". Altivez, crença e força nas ideais, o qualificaram como Pinheirão. 
Destacado na zootecnia e na agronomia, ímpares competências num único profissional. Acadêmico, progressista e militante nas prerrogativas do engenheiro agrônomo. Além de professor das respeitadas universidades brasileiras, foi docente na Universidade Católica Argentina e na Universidade de Buenos Aires. Como Presidente da Confederação dos Engenheiros Agrônomos do Brasil – CONFAEAB, foi além das defesas do exercício profissional para as ações de resistência democrática. 
Professor Pinheiro Manchado fez história além das fronteiras dos pampas e montanhas do Sul do Brasil. Elaborou e implementou projetos de desenvolvimento agrícola no Chile,Argentina, Venezuela, Colômbia, Paraguai e Cuba.Inovador e visionário do seu tempo, vencido nesse mês de julho nos longevos noventa e dois anos de intensa vivência. Criador e professor da primeira disciplina de "Etologia" na América Latina, demonstrava sensibilidade no cuidado com os animais. Para ele o "confinamento de animais é crime ecológico e comportamental". Principal divulgador do "Pastoreio Racional Voisin-PRV", tecnologia de alta produtividade e integração de pastagens. Uma inovação adaptada aos pequenos criadores de gado. 
Nos anos oitenta, impulsionado pelos sonhos e emoções democráticas da Nova República, Pinheiro Machado é chamado para uma desafiadora missão, dessa feita adiante da cátedra universitária, da militância associativa e dos projetos do bem-viver humano e animal: a presidência da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA. Organização criada na lógica da "Revolução Verde", da legitimidade do capitalismo no campo e do aumento da produção e produtividade das lavouras e criações visando a soberania alimentar, todavia com uma perspectiva reducionista e de acumulação do capital em padrões de mais-valia. 
Pinheirão não esmoreceu frente às resistências para adequar os frutos da pesquisa agropecuária pública ao universo ampliado dos agricultores e à problemática ambiental, muito antes de qualquer acordo mundial sobre as mudanças climáticas. Ao completar onze meses, menos que um ano da "lua de mel" da conquista das liberdades democráticas, ele foi alvejado e aparentemente vencido. Uma contradição exposta no patrimonialismo da pesquisa agropecuária brasileira. Os projetos na abreviada gestão de Pinheiro Machado, eram assustadores para a época, a exemplo da agricultura orgânica, meio ambiente, soberania genética, transversalidade da geração da pesquisa agropecuária com a assistência técnica e extensão rural, pluralidade dos sistemas produtivos agrícolas e a inserção de quadros democráticos na gestão da Empresa. Professor Pinheiro Machado, os seus ideais não foram olvidados, eles ecoaram mais fortes que os rojões da sua contradita derrota. Mesmo precariamente, elas prosperaram adiante. Evidências que o tempo desabrochou, próprias dos visionários que sabem, sentem e sonham. As Unidades de Pesquisa de Meio Ambiente e Agroflorestais eo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar -PRONAF, entre outros feitos, são registros de quem faz a história como vencedores.
A "modernidade líquida", o tempo e a idade, não esmoreceram o valente Pinheirão. Mais uma vez, disponibilizou o saber, experiência e energia à agropecuária sustentável e à produção agrícola limpa e saudável, numa época onde eram tendências ou quimeras de aloprados e ecologistas. Para o professor Antônio Rosa, Pinheirão deixa um "legado de lutas contra as injustiças relacionadas às atividades agrícolas e às pessoas em geral, um referencial de dignidade". Obrigado Mestre. Missão cumprida. Esteja em paz camarada.

* Clayton Campagnolla e Manoel Moacir Costa Macêdo são engenheiros agrônomos e respectivamente ex-Presidente da Embrapa e ex-Chefe de Unidades Descentralizadas de Pesquisa da Embrapa.

 

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