Lula e os outros

Justo ou não, o estigma de leniência com a corrupção teima em se colar à estrela PT. Apesar de todas as virtudes, conquistas e entregas deste terceiro mandato do presidente Lula, um mandato mais uma vez mal amparado sobre um largo leque de alianças políticas, a nódoa da corrupção se faz também presente.

O presidente Lula faz o possível para se desvencilhar das faltas alheias, razão pela qual mandou demitir o presidente do Instituto Nacional do Seguro Social, Alessandro Stefanutto, alvo de uma operação da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União. Mesmo assim, o governo corre o risco de pagar o pato e responder pela mão grande dos outros.

A operação da PF tinha objetivo definido: combater um esquema de descontos não autorizados em aposentadorias e pensões. A iniciativa deveria bastar para reafirmar a lisura do governo com o bem público. Infelizmente, no entanto, as narrativas derivadas do noticiário político e policial nem sempre se atém aos fatos. Assim, apesar de combater a corrupção por meio dos instrumentos competentes, o governo do PT pode ser mais uma vez acusado de corrupto.

Tudo indica, muitos caíram em tentação. Além de Stefanutto, o procurador-geral do INSS, Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho, o diretor de benefícios e relacionamento com o cidadão, Vanderlei Barbosa, o coordenador geral de Suporte ao Atendimento ao Cliente e o coordenador geral de Pagamentos e Benefício também foram retirados de seus cargos por decisão da Justiça. Lula não está entre eles.