Quarta, 22 De Janeiro De 2025
       
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Lula: O país não tem governo. Bolsonaro não cuida da economia, do emprego, da saúde


Publicado em 11 de março de 2021
Por Jornal Do Dia


EX-PRESIDENTE FEZ O PRIMEIRO DISCURSO APÓS MINISTRO FACHIN ANULAR CONDENAÇÕES DA LAVA JATO

 

Em seu primeiro pro
nunciamento ao 
povo brasileiro, após a decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), que anulou as condenações impostas pela 13ª vara Federal de Curitiba na Operação Lava Jato, o ex-presidente Lula disse estar tranquilo e sereno porque, após cinco anos, "a verdade apareceu", criticou a gestão de Jair Bolsonaro no combate a pandemia do novo coronavírus e se solidarizou com às famílias das quase 270 mil vítimas da Covid-19.
Durante o pronunciamento nesta quarta-feira (10), na sede Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (SMABC), em São Bernardo do Campo, de onde saiu para a cela da sede da Polícia Federal, no Paraná, em 2018, após ser condenado sem crime e sem provas pelo ex-juiz Sérgio Moro, Lula também falou sobre o voto do ministro Gilmar Mendes, no julgamento do processo sobre a suspeição de Moro, declarando a parcialidade do ex-juiz nas sentenças contra ele, que resultaram em sua prisão.
Para Lula, o STF finalmente reconheceu que ele foi vítima de uma farsa e que não teve um julgamento justo. "Eu tinha tanta confiança e consciência do que estava acontecendo que tinha certeza que esse dia ia chegar. E chegou" disse o ex-presidente.
Lula disse ter ficado satisfeito com a decisão "Foi um dia gratificante. Fachin cumpriu algo que reivindicamos desde 2016. A gente cansou de dizer".
Para o ex-presidente, a inclusão da Petrobras nas acusações feitas contra ele foi a forma que os procuradores da Lava Jata e o ex-juiz Moro acharam para concluir a obsessão de criminaliza-lo.
Após lembrar dos fatídicos dias da decretação de sua prisão por Moro e a decisão de se entregar à Polícia Federal para provar sua inocência não sendo um fugitivo, como ele cita, e contar com a solidariedade de milhares de pessoas que, para defender Lula, tomaram a sede do sindicato, o ex-presidente se declarou uma pessoa sem mágoas.
"Se tem um cidadão que tem razão de estar magoado sou eu. Mas não estou". Lula minimizou seu sofrimento durante todo o período em que foi massacrado pela mídia e humilhado por agentes públicos como os procuradores da força-tarefa da Lava Jato e pelo próprio Sérgio Moro ao citar a realidade de milhões de brasileiros.
Ele citou o estado de vulnerabilidade e miséria de milhões de brasileiros impactados pela crise econômica do país, agora aprofundada pela pandemia do novo coronavírus. Homens e mulheres, ele diz, que levantam e "não tem um pão para comer e um café para tomar"
Para Lula, não há dor maior do que chegar na hora do almoço e não ter um prato de feijão com farinha para os filhos ou estar desempregado e no fim do mês não ter salário para sustentar a família.
E foi este o tom principal da fala de Lula durante o pronunciamento que antecedeu entrevista coletiva à imprensa. "Seria um erro da minha parte não falar que o Brasil não merece estar passando pelo que passa", disse.
Alerta – O ex-presidente fez um alerta para a situação atual do Brasil, chamando a atenção para a necessidade de uma reação contra o governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL) a quem Lula fez críticas pela falta de uma condução "digna de um presidente da República", tanto na economia como no enfrentamento à pandemia da Covid-19.
Lula afirmou que Bolsonaro, como presidente, deveria ter montado um comitê de crise, logo em março do ano passado, no início da pandemia, com a participação do ministro da Saúde, secretários estaduais de Saúde, além de médicos, infectologistas e cientistas para tomar decisões no sentido de orientar a população sobre o que fazer.
"Era ainda preciso priorizar dinheiro para a Saúde e comprar todas as vacinas que pudesse.  Mas sequer aceitamos as vacinas que a Pfizer nos ofereceu e isso porque temos um presidente que inventou a Cloroquina, que fala que tem medo é maricas, que é coisa de covarde, que é ex-atleta e, portanto, não ia pegar a doença, que afinal, acabou contraindo. Não é papel civilizado de um presidente da República", disse Lula.
Com o bom humor característico, Lula, 75 anos, afirmou que sua vez de se vacinar vai chegar e ele terá orgulho em mostrar que foi vacinado para incentivar as pessoas a se imunizarem e não acreditarem no discurso negacionista de Bolsonaro.
País sem rumo – Após fazer um breve histórico da vida política de Bolsonaro, que passou cerca de 30 anos como deputado federal sem aprovar projetos, apenas construindo a imagem de que não era um político, Lula alertou também sobre a "loucura" que está tomando conta do país.
Para o ex-presidente as mortes por Covid-19 poderiam ter sido evitadas com uma ação eficaz de enfrentamento, o que não houve até agora com o governo de Bolsonaro. Ao contrário, cada vez mais os preços dos combustíveis e alimentos aumentam, tornando o brasileiro ainda mais miserável, sem condições de se sustentar.
"Há quantos anos não se ouve falar sobre desenvolvimento e geração de emprego e renda", questionou Lula.
Auxílio – Durante o pronunciamento, que durou cerca de duas horas, Lula reforçou a importância da luta pelo auxilio emergencial para que as pessoas não morram de fome e para que a economia tenha um mínimo de recuperação.
"O Brasil era feliz…Era feliz e sabia, mas o projeto de país almejado pelos adversários políticos de Lula interromperam uma história de respeito internacional e crescimento econômico. A Lava-Jato foi mostrada ao Brasil como uma operação que além de prender empresários e políticos corruptos, ainda recuperou "bilhões de reais" aos cofres públicos.
Mas Lula adverte que os R$ 4,4 bi recuperados pela operação não são nada perto dos mais de R$ 170 bilhões que o Brasil perdeu em investimento por causa da Lava Jato. Os dados fazem parte de um estudo feito pelo Dieese com dados oficiais da própria operação e estatísticas econômicas.
"Que a operação prendesse o dono, mas não fechasse a empresa, para continuar funcionando, gerando empregos", disse o ex-presidente.
Lula criticou ainda o ‘entreguismo’ de Paulo Guedes, ministro da Economia, que pretende privatizar estatais estratégicas para o país – ações equivocadas na avaliação de Lula.
"A única forma de diminuir a dívida pública é o crescimento econômico, o investimento público. A lógica é que se o Estado não confia na sua política e não investe, por que o empresário haveria de investir", disse o ex-presidente se referindo à importância das estatais.
Moro – "Nós vamos continuar lutando para que o Moro seja considerado suspeito. Ele não tem o direito de se transformar no maior mentiroso da história do Brasil e se tornar herói. Deus de barro não dura muito tempo. Eu tenho certeza que hoje, ele deve estar sofrendo muito mais do que eu sofri", disse Lula, que acusou a mídia de ter "firmado um pacto" com a República de Curitiba, que estava à frente da Lava jato.
Lula afirmou, ainda, que foi "vítima da maior mentira jurídica, contada em 500 anos de história" e lembrou de Marisa Letícia, sua ex-companheira, que morreu em 3 de fevereiro de 2017 e do irmão Vavá, que morreu no ano passado e ele não pode ir ao velório. O ex-presidente ainda ironizou William Bonner, apresentador do Jornal Nacional da TV Globo, dizendo que estava muito mais sereno do que o jornalista ao dar a notícia sobre a anulação e ao noticiar o voto de Gilmar Mendes sobre a suspeição do ex-juiz que incluiu críticas ao jornalismo de emissora.

Em seu primeiro pro nunciamento ao  povo brasileiro, após a decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), que anulou as condenações impostas pela 13ª vara Federal de Curitiba na Operação Lava Jato, o ex-presidente Lula disse estar tranquilo e sereno porque, após cinco anos, "a verdade apareceu", criticou a gestão de Jair Bolsonaro no combate a pandemia do novo coronavírus e se solidarizou com às famílias das quase 270 mil vítimas da Covid-19.
Durante o pronunciamento nesta quarta-feira (10), na sede Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (SMABC), em São Bernardo do Campo, de onde saiu para a cela da sede da Polícia Federal, no Paraná, em 2018, após ser condenado sem crime e sem provas pelo ex-juiz Sérgio Moro, Lula também falou sobre o voto do ministro Gilmar Mendes, no julgamento do processo sobre a suspeição de Moro, declarando a parcialidade do ex-juiz nas sentenças contra ele, que resultaram em sua prisão.
Para Lula, o STF finalmente reconheceu que ele foi vítima de uma farsa e que não teve um julgamento justo. "Eu tinha tanta confiança e consciência do que estava acontecendo que tinha certeza que esse dia ia chegar. E chegou" disse o ex-presidente.
Lula disse ter ficado satisfeito com a decisão "Foi um dia gratificante. Fachin cumpriu algo que reivindicamos desde 2016. A gente cansou de dizer".
Para o ex-presidente, a inclusão da Petrobras nas acusações feitas contra ele foi a forma que os procuradores da Lava Jata e o ex-juiz Moro acharam para concluir a obsessão de criminaliza-lo.
Após lembrar dos fatídicos dias da decretação de sua prisão por Moro e a decisão de se entregar à Polícia Federal para provar sua inocência não sendo um fugitivo, como ele cita, e contar com a solidariedade de milhares de pessoas que, para defender Lula, tomaram a sede do sindicato, o ex-presidente se declarou uma pessoa sem mágoas.
"Se tem um cidadão que tem razão de estar magoado sou eu. Mas não estou". Lula minimizou seu sofrimento durante todo o período em que foi massacrado pela mídia e humilhado por agentes públicos como os procuradores da força-tarefa da Lava Jato e pelo próprio Sérgio Moro ao citar a realidade de milhões de brasileiros.
Ele citou o estado de vulnerabilidade e miséria de milhões de brasileiros impactados pela crise econômica do país, agora aprofundada pela pandemia do novo coronavírus. Homens e mulheres, ele diz, que levantam e "não tem um pão para comer e um café para tomar"
Para Lula, não há dor maior do que chegar na hora do almoço e não ter um prato de feijão com farinha para os filhos ou estar desempregado e no fim do mês não ter salário para sustentar a família.
E foi este o tom principal da fala de Lula durante o pronunciamento que antecedeu entrevista coletiva à imprensa. "Seria um erro da minha parte não falar que o Brasil não merece estar passando pelo que passa", disse.

Alerta – O ex-presidente fez um alerta para a situação atual do Brasil, chamando a atenção para a necessidade de uma reação contra o governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL) a quem Lula fez críticas pela falta de uma condução "digna de um presidente da República", tanto na economia como no enfrentamento à pandemia da Covid-19.
Lula afirmou que Bolsonaro, como presidente, deveria ter montado um comitê de crise, logo em março do ano passado, no início da pandemia, com a participação do ministro da Saúde, secretários estaduais de Saúde, além de médicos, infectologistas e cientistas para tomar decisões no sentido de orientar a população sobre o que fazer.
"Era ainda preciso priorizar dinheiro para a Saúde e comprar todas as vacinas que pudesse.  Mas sequer aceitamos as vacinas que a Pfizer nos ofereceu e isso porque temos um presidente que inventou a Cloroquina, que fala que tem medo é maricas, que é coisa de covarde, que é ex-atleta e, portanto, não ia pegar a doença, que afinal, acabou contraindo. Não é papel civilizado de um presidente da República", disse Lula.
Com o bom humor característico, Lula, 75 anos, afirmou que sua vez de se vacinar vai chegar e ele terá orgulho em mostrar que foi vacinado para incentivar as pessoas a se imunizarem e não acreditarem no discurso negacionista de Bolsonaro.

País sem rumo – Após fazer um breve histórico da vida política de Bolsonaro, que passou cerca de 30 anos como deputado federal sem aprovar projetos, apenas construindo a imagem de que não era um político, Lula alertou também sobre a "loucura" que está tomando conta do país.
Para o ex-presidente as mortes por Covid-19 poderiam ter sido evitadas com uma ação eficaz de enfrentamento, o que não houve até agora com o governo de Bolsonaro. Ao contrário, cada vez mais os preços dos combustíveis e alimentos aumentam, tornando o brasileiro ainda mais miserável, sem condições de se sustentar.
"Há quantos anos não se ouve falar sobre desenvolvimento e geração de emprego e renda", questionou Lula.

Auxílio – Durante o pronunciamento, que durou cerca de duas horas, Lula reforçou a importância da luta pelo auxilio emergencial para que as pessoas não morram de fome e para que a economia tenha um mínimo de recuperação.
"O Brasil era feliz…Era feliz e sabia, mas o projeto de país almejado pelos adversários políticos de Lula interromperam uma história de respeito internacional e crescimento econômico. A Lava-Jato foi mostrada ao Brasil como uma operação que além de prender empresários e políticos corruptos, ainda recuperou "bilhões de reais" aos cofres públicos.
Mas Lula adverte que os R$ 4,4 bi recuperados pela operação não são nada perto dos mais de R$ 170 bilhões que o Brasil perdeu em investimento por causa da Lava Jato. Os dados fazem parte de um estudo feito pelo Dieese com dados oficiais da própria operação e estatísticas econômicas.
"Que a operação prendesse o dono, mas não fechasse a empresa, para continuar funcionando, gerando empregos", disse o ex-presidente.
Lula criticou ainda o ‘entreguismo’ de Paulo Guedes, ministro da Economia, que pretende privatizar estatais estratégicas para o país – ações equivocadas na avaliação de Lula.
"A única forma de diminuir a dívida pública é o crescimento econômico, o investimento público. A lógica é que se o Estado não confia na sua política e não investe, por que o empresário haveria de investir", disse o ex-presidente se referindo à importância das estatais.

Moro – "Nós vamos continuar lutando para que o Moro seja considerado suspeito. Ele não tem o direito de se transformar no maior mentiroso da história do Brasil e se tornar herói. Deus de barro não dura muito tempo. Eu tenho certeza que hoje, ele deve estar sofrendo muito mais do que eu sofri", disse Lula, que acusou a mídia de ter "firmado um pacto" com a República de Curitiba, que estava à frente da Lava jato.
Lula afirmou, ainda, que foi "vítima da maior mentira jurídica, contada em 500 anos de história" e lembrou de Marisa Letícia, sua ex-companheira, que morreu em 3 de fevereiro de 2017 e do irmão Vavá, que morreu no ano passado e ele não pode ir ao velório. O ex-presidente ainda ironizou William Bonner, apresentador do Jornal Nacional da TV Globo, dizendo que estava muito mais sereno do que o jornalista ao dar a notícia sobre a anulação e ao noticiar o voto de Gilmar Mendes sobre a suspeição do ex-juiz que incluiu críticas ao jornalismo de emissora.

 

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