Lula Ribeiro está feliz!

Recebo notícia do cantor e compositor Lula Ribeiro, sergipano radicado há muitos anos no sul maravilha. Esta semana, ele finalmente terá a grata oportunidade de se apresentar em casa, no ponto mais alto da cidade, espaço aberto, feliz entre os seus.

Lula já falou da tristeza de ser preterido pelos grandes eventos locais, como um santo fadado a fazer milagres no exílio. Agora, contudo, o bom filho à casa torna, por assim dizer. Eu imagino a sua alegria e fico também feliz.

Lido o informe, passo em revista a verdadeira pleiade de parceiros ostentada pelo músico e penso, cá com os meus botões: este sujeito deve ser gente boa pra caramba!

Eu conheço algo do trabalho de Lula, situado no meio do caminho entre a musicalidade sofisticada de um Caetano Veloso – na qual a canção está amparada o tempo inteiro pela força da palavra – e a tal da Nova MPB, de sonoridade exuberante.

O trânsito que ele possui entre figuras de ponta do cenário artístico brazuca, contudo, não tem nada de usual. Nos discos e no palco, Lula Ribeiro aparece sempre em boa companhia.

Gente como Fernanda Takai, Zeca Baleiro, Wander Lee, Pauliho Moska, uma constelação de muitas estrelas, enfim, não apenas assina diversas parcerias com o sergipano, como jamais recusa o convite dele para pegar um avião e se apresentar onde seja, a fim de dividir os holofotes com o cantor.

Aqui mesmo, num fim de mundo, o Teatro Tobias Barreto já recebeu um bocado de artista graúdo graças ao convite desse nosso Lula.

Certa vez, encontrei o cantor no acanhado Aeroporto Santa Maria. Pegamos o mesmo voo com destino a São Paulo. Lula carregava um livro fininho, a fim de se distrair enquanto a caravela de aço desafiava a gravidade e se debatia entre as nuvens. Estiquei os olhos, mas não alcancei o título, nem o autor, que lhe faria companhia naquelas horas vazias.

Uma pena. Sempre me interesso pelo que captura a atenção de gente interessante. E Lula Ribeiro, eu devo repetir aqui, com tantos bons amigos, deve ser gente boa pra caramba!