Jean Carlo Fernando Alves tinha 29 anos
O CRIME MOBILIZOU A POLÍCIA E O SAMU NA FAROLÂNDIA
Publicado em 23 de novembro de 2014
Por Jornal Do Dia
Jean Carlo Fernando Alves tinha 29 anos
O CRIME MOBILIZOU A POLÍCIA E O SAMU NA FAROLÂNDIA
Gabriel Damásio
gabrieldamasio@jornaldodiase.com.br
Mais um assalto termina em tragédia e choca a população de Aracaju. Desta vez, a vítima mortal foi o universitário Jean Carlo Fernando Alves, 29 anos, baleado por um assaltante que roubava uma loja de aluguel de fantasias que a própria vítima abriu no primeiro andar de uma galeria na rua Maria Pastora, bairro Farolândia (zona sul), em frente ao campus da Universidade Tiradentes (Unit). Segundo testemunhas, o criminoso ainda não identificado atirou contra o estudante depois de ele ter apelado para que um cliente chamasse a polícia. Jean era de Cuiabá (MT), fazia o curso de Odontologia na Unit e morava em Aracaju há pouco mais de três anos.
O crime aconteceu por volta das 20h, quando Jean, acompanhado da namorada, atendia a um casal de amigos também estudantes. Outros clientes também lá estavam, pois o movimento tinha aumentado com a proximidade da Odonto Fantasy, festa à fantasia que aconteceu neste final de semana em Aracaju. Segundo relato do boletim de ocorrência, um homem moreno, forte e de estatura mediana subiu a escada e entrou na loja usando um capacete vermelho, uma camisa da mesma cor e um revólver. Neste instante, o marginal anunciou o assalto e obrigou todos os clientes a encostarem-se à parede.
Em seguida, Jean foi tomado como refém e forçado a levar o ladrão até o caixa, onde pegou todo o dinheiro que havia faturado no dia. A quantia não foi revelada, mas o bandido não se dava por satisfeito e exigia que a vítima lhe entregasse mais dinheiro. Depois de alguns minutos o bandido se retirou da loja, ao ver que outros clientes chegavam ao estabelecimento. Foi a hora em que o universitário gritou por ajuda, dizendo que fora assaltado e pedindo para chamar à polícia.
A reação do assaltante ao ouvir o grito foi fria e chocante: ele voltou para a loja e deu um tiro em Jean, correndo em seguida para fora da galeria. Testemunhas viram o bandido descendo as escadas da galeria com o dinheiro e a arma na mão, se apoiando no corrimão. A suspeita é de que ele fugiu na garupa de uma moto que estaria aguardando pelo marginal.
Ferido no ombro, o estudante ainda tentou correr atrás do marginal, mas fraquejou e caiu nas escadas. Desesperados, os colegas chamaram a Polícia Militar e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que logo chegaram e socorreram o estudante em estado grave. Constatou-se que o tiro entrou pelo ombro, mas atingiu em cheio o coração do paciente, provavelmente após o projétil ter batido em um dos ossos. Jean Carlo não resistiu e morreu depois de dar entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Nestor Piva, no 18 do Forte (zona norte).
O clima na manhã de ontem foi de consternação entre os amigos e colegas do universitário, que estiveram na loja de fantasias e recolheram toda a mercadoria. A maior movimentação de parentes e amigos, contudo, foi no Instituto Médico-Legal (IML), o qual, curiosamente, seria o futuro local de trabalho de Jean – ele havia passado no recente concurso da Coordenação Geral de Perícias (Cogerp) e aguardava ser convocado para fazer o curso de formação do órgão. Alguns familiares dele são sergipanos e moram no interior. A mãe do estudante, que mora em Barretos (SP), desembarcou em Aracaju na noite de sábado para acompanhar o caso. Até o fechamento desta edição, a família ainda não haviam decidido a cidade onde o corpo da vítima será enterrado.
Latrocínio – Este foi o segundo caso de latrocínio (roubo seguido de morte) ocorrido em 15 dias na capital sergipana. Na manhã do dia 8, dois bandidos roubaram R$ 6 mil de uma padaria na esquina das ruas Laranjeiras e Riachão, bairro Getúlio Vargas (zona central). Na ocasião, um dos ladrões matou o comerciante Marcos Henrique Andrade Mendonça, 32, que reagiu ao assalto para defender o pai, Eziel Mendonça Filho, 79. O crime permanece sendo investigado pelo Departamento de Homicídios da Polícia Civil (DHPP).