Mar de Sergipe e Alagoas está sendo estudado por pesquisadores da UFS
Publicado em 26 de julho de 2012
Por Jornal Do Dia
A região oceânica em frente a Sergipe e Alagoas possui características que a tornam única no Nordeste do Brasil, entre elas o fato de possuir os maiores cânions submarinos da borda continental, o do rio São Francisco e do rio Japaratuba. Também se destacam pelas reservas de petróleo em subsuperfície e que vem sendo exploradas pela Petrobras na plataforma continental.
Nas últimas décadas pouco tem sido investido nos estudos para ampliar o conhecimento sobre a geologia, química e biologia desta área marinha rasa. Esta lacuna vem sendo preenchida pelas pesquisas desenvolvidas em parceria entre a Universidade Federal de Sergipe (UFS) e o Centro de Pesquisa da Petrobras – CENPES.
Nos últimos três anos a equipe de pesquisadores do Laboratório Georioemar da UFS vem se dedicando aos estudos de geologia e geomorfologia da plataforma continental de Sergipe e Alagoas. Os equipamentos de pesquisa marinha do laboratório permitem obter informações importantes sobre o fundo marinho, diminuindo sensivelmente a dependência de Sergipe em relação a outras instituições e universidades do país.
Novo mapa – Os levantamentos geofísicos já realizados forneceram novas informações sobre o relevo do fundo do mar e das feições submarinas. A coleta e a análise dos sedimentos superficiais forneceram um novo mapa com a constituição do fundo oceânico, no qual ficou constatada a variedade de sedimentos oriundos do continente ou formados pelos processos marinhos.
Paralelamente estão sendo desenvolvidos estudos da biologia e da química da plataforma continental, compondo o Projeto de Caracterização Regional da Bacia de Sergipe-Alagoas (PCR-SEAL), de interesse da Petrobras dentro do licenciamento acordado com o IBAMA e executado pela UFS e outras instituições.
Para o professor geólogo Luiz Carlos Fontes, coordenador do Georioemar (Núcleo de Engenharia de Pesca), será alcançado "um novo patamar de conhecimento sobre o mar em Sergipe e Alagoas, permitindo conhecer a sua dinâmica ambiental e identificar as características decorrentes da evolução da história geológica". Isso permitirá "identificar melhor as mudanças decorrentes das intervenções humanas no oceano ou os impactos, mesmo que distantes, das mudanças introduzidas no continente".