Quinta, 23 De Janeiro De 2025
       
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MARIELLE FRANCISCO DA SILVA


Publicado em 23 de março de 2019
Por Jornal Do Dia


 

* Manoel Moacir Costa Macêdo
Uma "Silva" qualquer, um "Francisco" que não é o Papa e nem o "Chico" do Barracão. Também, não é afrodescendente de Laranjeiras e Riachuelo dos Aperipês. Um "Franco" da "Favela da Maré", apartada de Copacabana, Ipanema e Leblon. Negra do cabelo estiloso, sorriso largo, lésbica assumida, bem educada e mãe zelosa. Um contradição da "teoria do oprimido". O espelho do oprimido, não é o opressor, mas a ruptura da subalternidade dos iguais oprimidos, numa sociedade marcada pela escravidão negra e persistente desigualdade. 
Marielle de um "Franco" afastado dos alvos e endinheirados, próximo do "avesso, do avesso, do avesso". Uma Marielle, jovem, pobre, negra e acolhedora de minorias. Uma reencarnação luminosa na favela. Emergente na luta dos direitos humanos e sofredores paridos no mesmo solo e igualitário céu.  Desencarnada precocemente aos trinta e oito anos, cinco anos a mais, daquele torturado e crucificado no calvário, por pregar a revolução pacífica de "amar o próximo, como a si mesmo" e que "todos tenham vida em abundância".  
Marielle Franco, teve a vida torpemente ceifada em plena juventude, como muitos dos seus iguais nas favelas, morros, cortiços, igarapés e invasões. No dizer do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, foi vítima de "um crime sofisticado, meticulosamente planejado e de alta complexidade". Execução sumária, por arma de fogo de grosso e ofensivo calibre. Os motivos da execução de um ser humano com alegria contagiante, talento, futuro promissor e livre de malfeitos na vigente política partidária, exigem respostas completas e convincentes da inteligência estratégica, cibernética, biometria e interceptações telemáticas, entre outros recursos da ciência criminal. 
Marielle Franco, não era apenas uma mulher negra, lésbica e favelada, mas uma parlamentar no cosmopolita Rio de Janeiro – retrato da nossa brasilidade. Não foi uma morte banal nessa desigual e violenta nação, mas uma brutal violação ao direito de viver e "renovação da política". Forma medieval de calar uma voz, democraticamente eleita para um mandato popular. Não foi um crime comum, mas um delito grave, com tipificação torpe e requintes de crueldade. Uma expressão de ódio perante um ser humano lindo e sorridente, juventude mobilizada para o bem, que abraçou as causas libertárias de minorias abandonadas pela oficialidade do poder e de miseráveis aprisionados por milícias ao "arrepio da lei e da ordem".
A sociedade aqui e acolá, reclama por provas e razões esclarecedoras do assassinato de Marielle Franco. Não se banaliza um crime tão grave com justificativas lastreadas apenas nos ímpetos ideológicos e ações do mandato de vereadora. Os indícios, prospectam para um crime planejado no "escritório do crime" com promessa de recompensa, prudência, frieza e cautela, próprio de "matadores de aluguel".  Uma qualificada emboscada. Os criminosos, possuem informações privilegiadas, rede de proteção, conhecem o sistema judicial, a operacionalidade da polícia e capacidade para interferir nas investigações, a exemplo do oneroso tempo de suas identificações e o "vazamento de informações sensíveis".  
O assassinato de "Marielle Franco ou Marielle Francisco da Silva", carregado de motivações torpes e cruéis não deve ficar impune, mas identificados a sua autoria, materialidade, motivações e punições exemplares para os culpados. Ao contrário, florescerá a descrença na frágil e juvenil democracia tropical, tal qual "uma terra sem lei".
* Manoel Moacir Costa Macêdo, Engenheiro Agrônomo, Advogado, PhD pela University of Sussex, Brighton, Inglaterra

Marielle de um "Franco" afastado dos alvos e endinheirados, próximo do "avesso, do avesso, do avesso". Uma Marielle, jovem, pobre, negra e acolhedora de minorias. Uma reencarnação luminosa na favela. Emergente na luta dos direitos humanos e sofredores paridos no mesmo solo e igualitário céu

* Manoel Moacir Costa Macêdo

Uma "Silva" qualquer, um "Francisco" que não é o Papa e nem o "Chico" do Barracão. Também, não é afrodescendente de Laranjeiras e Riachuelo dos Aperipês. Um "Franco" da "Favela da Maré", apartada de Copacabana, Ipanema e Leblon. Negra do cabelo estiloso, sorriso largo, lésbica assumida, bem educada e mãe zelosa. Um contradição da "teoria do oprimido". O espelho do oprimido, não é o opressor, mas a ruptura da subalternidade dos iguais oprimidos, numa sociedade marcada pela escravidão negra e persistente desigualdade. 
Marielle de um "Franco" afastado dos alvos e endinheirados, próximo do "avesso, do avesso, do avesso". Uma Marielle, jovem, pobre, negra e acolhedora de minorias. Uma reencarnação luminosa na favela. Emergente na luta dos direitos humanos e sofredores paridos no mesmo solo e igualitário céu.  Desencarnada precocemente aos trinta e oito anos, cinco anos a mais, daquele torturado e crucificado no calvário, por pregar a revolução pacífica de "amar o próximo, como a si mesmo" e que "todos tenham vida em abundância".  
Marielle Franco, teve a vida torpemente ceifada em plena juventude, como muitos dos seus iguais nas favelas, morros, cortiços, igarapés e invasões. No dizer do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, foi vítima de "um crime sofisticado, meticulosamente planejado e de alta complexidade". Execução sumária, por arma de fogo de grosso e ofensivo calibre. Os motivos da execução de um ser humano com alegria contagiante, talento, futuro promissor e livre de malfeitos na vigente política partidária, exigem respostas completas e convincentes da inteligência estratégica, cibernética, biometria e interceptações telemáticas, entre outros recursos da ciência criminal. 
Marielle Franco, não era apenas uma mulher negra, lésbica e favelada, mas uma parlamentar no cosmopolita Rio de Janeiro – retrato da nossa brasilidade. Não foi uma morte banal nessa desigual e violenta nação, mas uma brutal violação ao direito de viver e "renovação da política". Forma medieval de calar uma voz, democraticamente eleita para um mandato popular. Não foi um crime comum, mas um delito grave, com tipificação torpe e requintes de crueldade. Uma expressão de ódio perante um ser humano lindo e sorridente, juventude mobilizada para o bem, que abraçou as causas libertárias de minorias abandonadas pela oficialidade do poder e de miseráveis aprisionados por milícias ao "arrepio da lei e da ordem".
A sociedade aqui e acolá, reclama por provas e razões esclarecedoras do assassinato de Marielle Franco. Não se banaliza um crime tão grave com justificativas lastreadas apenas nos ímpetos ideológicos e ações do mandato de vereadora. Os indícios, prospectam para um crime planejado no "escritório do crime" com promessa de recompensa, prudência, frieza e cautela, próprio de "matadores de aluguel".  Uma qualificada emboscada. Os criminosos, possuem informações privilegiadas, rede de proteção, conhecem o sistema judicial, a operacionalidade da polícia e capacidade para interferir nas investigações, a exemplo do oneroso tempo de suas identificações e o "vazamento de informações sensíveis".  
O assassinato de "Marielle Franco ou Marielle Francisco da Silva", carregado de motivações torpes e cruéis não deve ficar impune, mas identificados a sua autoria, materialidade, motivações e punições exemplares para os culpados. Ao contrário, florescerá a descrença na frágil e juvenil democracia tropical, tal qual "uma terra sem lei".

* Manoel Moacir Costa Macêdo, Engenheiro Agrônomo, Advogado, PhD pela University of Sussex, Brighton, Inglaterra

 

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