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Matemática, mulheres e política


Publicado em 14 de agosto de 2024
Por Jornal Do Dia Se


* Antonio Passos

A matemática não explica tudo, porém, a estatística evidencia situações. Segundo o censo demográfico realizado pelo IBGE em 2022, a população sergipana era composta por 52,1% de mulheres e 47,9% de homens.
Se a representatividade política espelhasse a composição populacional, os percentuais acima expostos deveriam ser parecidos aos encontrados nos parlamentos municipais. Entretanto, na Câmara de Vereadores de Aracaju a situação é bem outra.
Conforme publicado no site da casa legislativa da capital, entre os eleitos para a atual legislatura houve apenas cinco mulheres. Ou seja, elas conquistaram somente 17,85% das vagas, enquanto a presença de homens alcançou os 82,15%.
Uma interpretação bem livre e panorâmica desses dados, associada à observação rotineira das campanhas eleitorais, insinua que tal discrepância é fruto da decisiva influência do poder econômico sobre o voto, associada ao machismo estrutural.
É fácil encontrar exemplificações desse quadro geral, tanto no Brasil quanto em Sergipe ou Aracaju. Nas mais diversas atividades nas quais há grande concentração de poder econômico, quase sempre, o comando é exercido por homens.
Vejamos, por exemplo, o futebol. Mais especificamente os clubes que disputam a série A do campeonato brasileiro, onde correm rios e mais rios de dinheiro. Apenas um desses 20 clubes, o Palmeiras, é presidido por uma mulher.
A luta tem sido longa e difícil em prol da igualdade de direitos para homens e mulheres, contudo, como está demonstrado nos exemplos acima quantificados, ainda temos muito a ser conquistado.
Todavia, as pressões por mudanças, explicitadas nos debates que formatam a chamada opinião pública, são aguerridas. Não por acaso, chama a atenção a maioria de nomes de mulheres na disputa pela prefeitura de Aracaju.

* Antonio Passos é jornalista

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