Médicos aprovam punições a planos de saúde
Publicado em 04 de outubro de 2012
Por Jornal Do Dia
Monique Oliveira
moniqueoliveira@jornaldodiase.com.br
A decisão da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) de suspender a venda de 301 planos de assistência médica foi motivo de comemoração para alguns setores. Dados registrados na Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon), órgão vinculado à Secretaria de Estado da Justiça e de Defesa ao Consumidor revelam que em 2012 foram contabilizadas 279 reclamações.
Para a diretora do Procon/SE, Gilsa Brito, a suspensão pela ANS já deveria ter acontecido. "Essa foi uma medida corretíssima, a qual já deveria ter sido feita para que essas operadoras cumpram a resolução e, prestem um serviço de qualidade aos consumidores", destacou a diretora, acrescentando que a Unimed bate o ranking das reclamações.
Para um dos representantes do Sindicato dos Médicos de Sergipe (Sindimed), Luiz Carlos Stina, a ANS está atuando corretamente e observa que as operadoras são empresas que visam apenas lucros, e não qualidade nos serviços prestados tanto para o profissional quanto para os consumidores. "A ANS está começando a atuar, e isso foi provocado pela luta da classe médica para melhorar os honorários", colocou o médico.
Stina relatou ainda que a relação com as operadoras sempre foi ruim. "Foi ruim no passado, é no presente e não existe expectativa que seja boa no futuro. Portanto, a gente acredita que é o momento de os médicos avaliarem se devem ou não prestar serviço para essas operadoras", disse.
Como falta de respeito, o especialista citou as empresas HapVida e Plamed que nunca se pronunciaram com relação às insatisfações da classe médica. "Essas operadoras nunca deram uma satisfação se vão negociar ou não. Isso é uma falta de respeito com os profissionais".
Com relação a Cooperativa Unimed, Stina declarou que todos os médicos cooperados reclamam do valor da consulta. "A Unimed tem grande faturamento e os médicos estão descontentes. Consequência disso, é que os profissionais estão se descredenciando. O médico não pode ficar à mercê de empresas que visam lucros e não respeitam o profissional".
O médico sindicalista Carlos Stina espera que no próximo dia 10 de outubro todos os profissionais deixem de atender por guia. "Recomendamos que os colegas suspendam o atendimento por guia, que atendam particular e passam para o consumidor o recibo para que ele seja reembolsado pelo plano", finalizou o médico representante do Sindimed.
Suspensão das vendas – A partir de sexta-feira, 5, fica suspensa por três meses a venda de 301 planos. Esta é a segunda vez que a agência divulga esse tipo de punição – a primeira foi em julho e atingiu 268 planos. Desses, 223 não conseguiram melhorar seus indicadores e permanecem com as vendas suspensas por mais três meses.
A suspensão das vendas não afeta o atendimento aos atuais usuários dos planos de saúde, mas impede a inclusão de novos clientes.
Uma resolução normativa publicada em dezembro de 2011 estabeleceu tempo máximo para marcação de exames, consultas e cirurgias. O prazo para uma consulta com um clínico-geral, pediatra ou obstetra, por exemplo, não pode passar de sete dias.