Médicos podem entrar em greve dia 18
Publicado em 09 de outubro de 2013
Por Jornal Do Dia
A mobilização da classe médica contra a Medida Provisória 621, ou MP dos Médicos, poderá resultar em uma greve nacional por tempo indeterminado a partir do dia 18 deste mês, quando a categoria pensa numa vasta programação em comemoração à data de aniversário da profissão.
Ontem, alguns estados aderiram à paralisação nacional, organizada pela Federação Nacional dos Médicos (Fenam). Em Sergipe, o Sindicato dos Médicos do Estado de Sergipe (Sindimed) decidiu incluir a paralisação para o dia 18, quando haverá uma nova mobilização nacional com assembleias e atos públicos. "Decidimos apoiar a paralisação de ontem, mas sem suspender os serviços, o que só será feito na agenda comemorativa ao Dia do Médico, quando teremos assembleia e atos públicos para discutirmos sobre a definição de uma greve", informou Mércia Oliva, assessora de comunicação do Sindimed.
Nos estados onde aconteceram as paralisações, a greve suspendeu os atendimentos ao Sistema Único de Saúde (SUS), aos convênios médicos e até mesmo a consultas particulares. Foram mantidos apenas atendimentos de urgência e emergência.
Os médicos protestam contra o texto final da medida provisória 621 aprovado na última terça-feira por uma comissão especial do Congresso. A nova redação retira dos Conselhos Regionais de Medicina a prerrogativa de emitir o registro provisório para os médicos do programa – a atribuição passou a ser do Ministério da Saúde. Segundo a Fenam, o programa federal Mais Médicos possui sucessivos equívocos e coloca em risco a segurança do atendimento à população.
A terça-feira foi escolhida por ser o dia da primeira votação do texto final da MP na Câmara dos Deputados. O relatório precisa ser votado na Câmara e no Senado até 5 de novembro para não perder a validade. O texto final da MP deixou de fora as principais reivindicações da categoria médica, como a exigência da revalidação do diploma dos médicos graduados no exterior. Além disso, o Congresso aprovou a inclusão de uma medida que torna o Ministério da Saúde responsável pela emissão dos registros provisórios dos médicos estrangeiros, antes exclusiva aos Conselhos Regionais de Medicina.
Ontem os sindicatos médicos regionais coordenaram a suspensão parcial do atendimento e realizaram marchas na rua, protestos em frente aos hospitais, praças, secretarias de saúde, câmaras ou assembleias legislativas. Agenda que deve se repetir no dia 18. Os médicos usaram roupas ou faixas pretas, em alusão ao momento de luto vivido pela categoria.