‘Memórias de um Agosto Sangrento’ é lançado na Biblioteca Epiphanio Dória
Publicado em 13 de dezembro de 2024
Por Jornal Do Dia Se
O auditório da Biblioteca Epiphanio Dória recebeu nesta quinta-feira (12), o lançamento do documentário sergipano ‘Memórias de um Agosto Sangrento’. Ele conta a história do trágico torpedeamento de navios brasileiros na costa sergipana, evento que levou o Brasil a entrar na II Guerra Mundial. O longa-metragem é fruto de uma parceria entre a Fundação de Cultura e Arte Aperipê de Sergipe (Funcap) e a WG Produções, e conta com apoio da Secretaria de Estado da Educação e da Cultura (Seduc) e da Biblioteca Pública Epiphânio Dórea.
A produtora executiva Cacilda de Jesus explicou a proposta do documentário e sua função para a população sergipana.
“O documentário ‘Memórias de um Agosto Sangrento’ surge com a proposta de dar conhecimento ao fato dos torpedeamentos que aconteceram na costa de Sergipe e na Bahia, em agosto de 1942, vitimando 607 pessoas. A função do documentário é contar essa história, em que Aracaju era uma cidade muito pequena, com poucos recursos para salvamento. Uma coisa que o documentário traz é a importância de registrar essas memórias, da história e das pessoas”, relatou.
O evento iniciou com uma roda de conversa com os realizadores Lelê Teles e Cacilda de Jesus e pesquisadores. Eles discutiram a importância do fato para Sergipe, o impacto do trágico evento no estado e no país, além de suas consequências para a sociedade sergipana e de deixá-lo registrado, por meio do cinema, para as próximas gerações.
Também falaram o jornalista porto-alegrense Marcelo Monteiro, autor do livro U-507 – O Submarino queAfundou o Brasil na Segunda Guerra Mundial; a professora doutora Roberta Rosa; o professor doutor Luiz Antônio Pinto Cruz; o arquiteto e escritor Ézio Déda; e o decano do jornalismo sergipano, Luiz Eduardo Costa. Por fim, o documentário ‘Memórias de um Agosto Sangrento’ foi exibido para o público presente na biblioteca.
A professora, arqueóloga e historiadora Roberta Rosa teve o torpedeamento em Sergipe como seu objeto de estudo do doutorado, e falou sobre a importância do Agosto Sangrento atingir a nossa população “Essas histórias que aconteceram há mais de 80 anos continuam desconhecidas para a maioria da população. Meus alunos sempre me questionam: ‘o Brasil participou da guerra?’, e eu sempre faço questão, como historiadora e arqueóloga, de contar essas histórias que conheço”, disse ela.
Já a estudante de cinema e audiovisual Luiza Dantas acompanhou as contribuições dos profissionais e a exibição do longa. Para ela, foi um momento enriquecedor. “É um assunto que nós ouvimos falar muito pouco, então pra mim, enquanto estudante de cinema, é muito significativo ver um tema tão importante sendo imortalizado em um longa-metragem, produzido por sergipanos e para sergipanos”, ressaltou.
O presidente da Funcap, Gustavo Paixão, reforçou a importância de deixar esse momento histórico registrado. “Esse é um dia importante, o dia do lançamento do filme ‘Memórias de um Agosto Sangrento’, que retrata a história pivô para que o Brasil entrasse na II Guerra Mundial. Um filme que retrata uma parte triste, porém importante da nossa história. É um capítulo trágico, mas importante de ser relatado, e o filme retrata isso bem. A Funcap fica muito feliz em poder participar dessa produção, com apoio cultural, em parceria com a WG Produções, que fez um trabalho magnífico”, afirmou.
O filme – O documentário Memórias de um Agosto Sangrento foi produzido pela WG Produções e Publicidade Ltda., com recursos da Agência Nacional do Cinema (Ancine), por meio do Edital de Chamada Pública de Fluxo Contínuo Televisão 2018 – BRDE/FSA. A produção também contou com o apoio da Fundação de Cultura e Arte Aperipê de Sergipe.
Com 71 minutos de duração, o filme narra histórias de horror ocorridas em 1942, nos mares de Sergipe e Bahia, quando o submarino alemão U-507 torpedeou cinco navios civis na costa nordestina, resultando em 607 mortes. Esses eventos foram decisivos, desencadeando uma série de manifestações em todo o país que levaram o então presidente Getúlio Vargas a declarar guerra à Alemanha e entrar na II Guerra Mundial.