Menos Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro faz de tudo para  esticar a corda e alimentar o embate insen- sato que mantém com governadores e prefeitos brasileiros atentos às recomendações da Organização Mundial da Saúde. Segunda-feira, assinou um decreto de efeito prático nulo, ampliando a lista de atividades essenciais, de livre funcionamento durante a pandemia em curso. 
Bolsonaro joga para a plateia. O Supremo Tribunal Federal já decidiu que governadores e prefeitos têm autonomia para administrar a crise, dentro dos limites estabelecidos pela Constituição. O governador Belivaldo Chagas e o prefeito Edvaldo Nogueira, por exemplo, ignoraram o decreto presidencial, solenemente.
Segundo o decreto aqui mencionado, salões de beleza, barbearias e academias de esportes fornecem serviços indispensáveis, sem os quais a sociedade não pode passar mais algum tempo. Isso, em um contexto de aceleração de contaminação por coronavírus e saldo de quase 12 mil mortos, até o momento. A irresponsabilidade é flagrante.
Felizmente, quase todos os governadores e prefeitos procuram honrar o mandato em momento tão delicado, fazem de tudo para evitar mortes desnecessárias e o colapso do Sistema Único de Saúde. As exceções são raras. Na hora da verdade, desde quando o coronavírus forçou a adoção do isolamento social, os mais responsáveis caíram na real. Quase todo mundo. Menos o presidente Bolsonaro.