MESMO CONDENADO AO OSTRACISMO, CAMPOS NETO QUER SAIR ATIRANDO
Publicado em 15 de agosto de 2024
Por Jornal Do Dia Se
* Rômulo Rodrigues
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Parece que o mundo está conspirando em favor do Brasil e o sintoma maior é a grande crise que se alastra pela economia dos EUA e faz o dólar subir de preço desmentindo todas as alucinações do todo poderoso que está na iminência de ser investigado por malandragens em paraíso fiscal e lucros nas subidas da taxa Selic.
O pilantra que foi garoto mimado pelo avô, notório entreguista das nossas riquezas e bajulador do então inquestionável império estadunidense, se movimentava lambendo botas de generais e agia em favor dos interesses do Tio Sam.
Menino mimado é assim, quando vira adulto, incorpora a confiança de que a lembrança do avô estará sempre à disposição para encobrir suas peraltices.
Hoje, sem a proteção esperada e encurralado pela decisão do TRF-1 que cassou, por unanimidade, a liminar que o protegia, pela Lei da Autonomia do Banco Centra, de ser investigado sobre malandragens em paraíso fiscal e lucro nas subidas da Taxa Selic, responde com ameaças.
Parece piada, mas, é coisa séria. O nome dele aparece num escândalo de um negócio chamado Pandora Papers, em arquivos que vieram a público sobre milionários que escondem dinheiro em paraísos fiscais.
Os espertalhões que operam no Brasil têm demonstrado um poder de persuasão enorme sobre a mídia patronal, para que divulguem que a liberdade de imprensa se resume em esquecer o que não é interessante lembrar, para não incomodar os patrões, que precisam de tempo livre para ganhar dinheiro em paz.
Mas, que coisa, de repente aparece em uma investigação o nome Pandora Papers, nome pomposo de lugar onde lavava dinheiro, a tal Alvarez &Marshal, 0nde apareceu o nome da neta de Roberto Marinho quando queriam criminalizar Lula por causa de um apartamento que nunca foi dele e quem tinha um no condomínio era a mocinha toda pura?
Ora, pois, a coincidência ficou mais suspeita quando veio a informação de que o juiz que condenara Lula, prestava consultoria para a mesma multinacional que patrocinava tudo, e aí, deixaram de falar no assunto.
O Dr. Campos Neto, que se julga acima de qualquer prova, alegou que não vai prestar depoimento sobre as informações publicadas, porque é o responsável pela política monetária do país e isso pode desequilibrar a economia. Faz me rir; pilantra tem cada desculpa!
Um dado significativo na conjuntura é que; por mais que a mídia corporativa, defensora da tese da Autonomia do Banco Central, que o coloca em subordinação ao mercado, tente preservar a imagem e isenção do seu presidente, evitando que vá se explicar à Comissão de Ética Pública da presidência da República; os internautas atentos e vigilantes não vão deixar que ele saia ileso e, nas redes sociais a pancadaria é grande, onde são ditas coisas como: Boicotador da economia e Campos Neto ganha com a Selic e taxa os brasileiros.
Outro ponto da narrativa criminosa é a grita por cortes de gastos no famigerado ajuste fiscal. Aí, vem nos estudos da USP mostrando que os tais ajustes levam à queda no PIB e aumentam público; entenderam, ou precisa desenhar?
Os mesmo estudos provam que elevar investimentos e gastar mais com benefícios sociais, melhoram as contas públicas. Pode isso, meu?
Parece que tem que ser muito alienado, quem cobra no Brasil o que é escondido lá na terra de quem patrocina a imprensa marrom daqui; como diria o saudoso Odorico Paraguaçu.
Enquanto o mundo gira e a mídia fica estagnada, os mesmos que chamaram prefeita Marta de Martaxa por cobrar IPTU mais alto nas avenidas Consolação e Paulista, hoje chamam o ministro Haddad de Taxadd por defender cobrança de impostos dos milionários. No meio, como no passado, tem muita gente pobre nesse barco.
Mesmo completamente desgastado, Campos Neto, pretende fazer sua maldade final indicando para aprovação no parlamento, de uma tal PEC-65, para dar a entender lá fora, que a independência do Banco Central será total, que é a entrega da política monetária do país aos especuladores internacionais.
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* Rômulo Rodrigues, sindicalista aposentado, é militante político