Quarta, 02 De Abril De 2025
       
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Mestre Serigy


Publicado em 19 de março de 2025
Por Jornal Do Dia Se


O mais dado(Arquivo).

Rian Santos
riansantos@jornaldodiase.com.br
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Ninguém esperava. Mas coube à prefeita Emília Corrêa, uma blogueirinha da maturidade, capaz de apertar no manequim recatado contradições tão gritantes como o gosto pelas performances  do Instagram e a própria madureza, coube à prefeita o grande feito de resgatar a função social da Galeria de Artes Álvaro Santos.
Nas redes sociais, Emília vira e mexe perde a linha. Ainda assim, admite-se, teve o bom senso de nomear uma pessoa competente para estar à frente da GAAS, escancarar as portas daquele aparelho cultural e povoar de novo o centro da cidade com a inteligência adequada.
 A mostra Cajuístas, por exemplo, sob a curadoria de Fabio Sampaio, coloca em pauta grande parte dos mestres da aldeia Serigy, sob o pretexto de celebrar os 170 anos de Aracaju – Zé Fernandes, inclusive.
Uma rara unanimidade – Em minha peregrinação visual pelas esquinas estéticas da aldeia, José Fernandes é o único ponto pacífico, uma rara unanimidade. Há na paleta de cores primárias e nas formas simples, composições quase rústicas, assinadas pelo artista plástico, algo de familiar e maravilhoso para todo sergipano mais ou menos educado.
Outro dia, batendo perna pelo bairro São José, olhei pela janela de uma casinha de vila e identifiquei na sala escura, sobre um arranjo de flores de plástico, uma pequena tela assinada pelo dito cujo. Em essência, aquele trabalho era o mesmo de um painel gigantesco, ostentado ali perto, em uma agência do Banese. No hall dos edifícios, residências, espaços públicos e consultórios médicos da aldeia, as madonas primitivas do artista figuram nítidas, onipresentes.
José Fernandes é o último Mestre da pintura sergipana. E também o mais dado. Se J Inácio e Leonardo Alencar permanecerão sempre vivos na sensibilidade coletiva, ninguém nunca se pronunciou em seus próprios termos de maneira tão clara e direta quanto Fernandes, a ponto de ser ele próprio reconhecido em qualquer esquina da cidade, por força da personalidade expansiva e, sobretudo, dos panos riscados.
Feliz do talento consagrado em missa de corpo presente. Mais das vezes, o exercício artístico é puro calvário. Essa alegria, entretanto, a vida não ficou devendo a José Fernandes. Sob qualquer aspecto, um artista realizado.
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