Quinta, 23 De Janeiro De 2025
       
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Mitidieri tem que mudar o modelo de gestão para fazer um bom governo


Publicado em 02 de janeiro de 2023
Por Jornal Do Dia Se


Com o apoio de 19 dos 24 deputados estaduais, Fábio Mitidieri (PSD) assume o governo de Sergipe neste domingo (1º/1) sem oposição e cercado de expectativas. O eleitorado brasileiro poupou o novo governador de ter na presidência um homem hostil, como era o caso e Bolsonaro, e praticamente no mesmo horário, Lula (PT) assume como presidente da República pela terceira vez.
Aos 45 anos, Fábio não é o mais jovem a ser eleito governador. Em 1986, Antonio Carlos Valadares (PSB) tinha 43 anos quando venceu, João Alves Filho estava com 41 anos quando assumiu o governo pela primeira vez, em 1983. Marcelo Déda (PT), que em 2006 deu início ao ciclo vitorioso desse grupo político, tinha 47.
Apesar do apoio da máquina administrativa e da maioria das lideranças políticas de todo o estado, a vitória de Mitidieri acabou surpreendendo. Derrotado no primeiro turno por Rogério Carvalho (PT), venceu no segundo com uma vantagem de 40 mil votos num momento em que Lula consolidou a sua vitória.
A campanha de Mitidieri chegou a travar uma batalha judicial com Rogério pelo direito de também usar a imagem de Lula, campeão de votos em Sergipe. No segundo turno o diferencial da campanha foi o papel desempenhado pelo prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira (PDT), que garantiu mais de 60 mil votos de frente para o candidato do PSD.
Fábio Mitidieri tem a responsabilidade de dar uma guinada na administração estadual, trocando o desgastado modelo de gestão que vem desde Marcelo Déda, enfrentou uma grave crise econômica com Jackson Barreto, e atravessou os quase cinco anos de Belivaldo Chagas sem qualquer entusiasmo, apesar de algum equilíbrio fiscal e econômico. O novo governador aproveitou muitos nomes do governo Belivaldo, mas diz apostar nos 15 nomes mais novos do secretariado.
Mitidieri tem que ficar atento aos sinais dados pelo eleitorado. Este ano o eleitorado deu sinais claros de que defendia uma mudança na estrutura administrativa do estado, quando manteve o ex-prefeito de Itabaiana Valmir de Francisquinho na liderança das pesquisas enquanto não teve a sua candidatura impugnada pelo TSE. Os números mostravam que Valmir, um populista de direita considerado bom gestor, poderia levar a eleição no primeiro turno.
Apesar da crise provocada pela pandemia de covid-19 em 2020 e 2021, esse grupo no poder tem muita culpa pela crise econômica do estado. Em 2021, segundo o Mapa da Nova Pobreza, divulgado pela Fundação Getúlio Vargas Social (FGV Social) no final de junho de 2022, a pobreza aumentou 12,5% entre os sergipanos – o maior percentual entre todos os estados – e chega a quase 50% da sua população. São famílias com renda domiciliar per capita de até R$ 497 mensais, e que dependem de auxílios para sobreviver.
Em 2019, primeiro ano da administração atual de Belivaldo Chagas, o PIB de Sergipe foi de R$ 44,69 bilhões e apresentou crescimento em volume de 3,6% em relação ao ano anterior, o 5º maior crescimento entre os estados brasileiros. Em 2020 a taxa do PIB foi de -1%.
Belivaldo transfere o governo com a folha de pessoal em dia, garante que o estado não tem dívidas com fornecedores e prestadores de serviços, as obras em andamento já estariam com recursos assegurados, e ainda teria R$ 400 milhões em caixa – no período eleitoral havia falado em R$ 1 bilhão. Esses dados poderão ser confirmados – ou não – pelo novo governador, que mesmo sendo aliado e beneficiário direto pelo uso da máquina, tem que fazer uma radiografia completa da situação do estado.
Antes de assumir, Mitidieri patrocinou um projeto de lei encaminhado por Belivaldo e aprovado por ampla maioria pela Assembleia Legislativa, elevando de 18% para 22% o ICMS cobrado pelo estado sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação, o que inclui os combustíveis. A nova tarifa entra em vigor no mês de abril.
Nos discursos que fará durante a posse no domingo, e na posse coletiva do secretariado, na segunda-feira, Mitidieri deve dar o tom de seu governo e anunciar as prioridades. Os primeiros atos do governador podem marcar toda uma administração.

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