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Moradores constroem muro e isolam invasão


Publicado em 17 de outubro de 2014
Por Jornal Do Dia


ASSUSTADOS COM O RÁPIDO CRESCIMENTO DE INVASÃO, MORADORES DE CONDOMÍNIO NA ARUANA CONSTROEM MURO E SE ISOLAM

Kátia Azevedo
katiaazevedo@jornaldodiase.com.br

Um muro fechando três ruas no Residencial Horto do Carvalho, no bairro Aruana, na zona de expansão de Aracaju, vem gerando polêmica entre moradores da área e ocupantes ligados ao Movimento Organizado dos Trabalhadores Urbanos (Motu).  
O muro foi erguido pelos moradores do complexo residencial, que justificaram a decisão alegando falta de segurança na área.

Conforme a presidente do Conselho de Segurança dos Moradores, Irene Ferreira Coutinho, a decisão em erguer o muro foi uma medida emergencial, mas que já vinha sendo discutida entre a comunidade em razão do grande número de assaltos no local. Ela esclarece que a medida não tem a intenção de separar a comunidade das famílias que passaram a ocupar o terreno baldio há quase um mês.
Ela relata que a área é alvo de vários assaltos em pontos de ônibus e que recentemente uma casa foi invadida e vários objetos levados do local. "Não podemos afirmar que foram as pessoas que estão ocupando o terreno, mas por medo da violência os moradores decidiram construir o muro fechando as três ruas. Esta medida foi independente deles estarem ali. Já era uma vontade de todos os moradores e então aconteceu tudo junto, o que gerou esta polêmica. Do outro lado é um terreno baldio", esclarece a moradora.

Ela disse ainda que o muro também foi erguido como uma forma de impedir a passagem de animais como ratos e cobras nas ruas onde ficam as casas. Irene ressalta que a lixeira do terreno baldio sempre favoreceu a presença de bichos na área. Também segundo Irene, com o fechamento das ruas os moradores passaram a ter mais sossego sem carros passando em alta velocidade, o que colocava em risco a vida de crianças que não podiam brincar no local.
"Não temos nada contra as famílias que estão no terreno, porque sabemos que cada um tem direito a ter uma casa, assim como nós também lutamos para ter a nossa. O que há é uma polêmica. Do outro lado é terreno baldio", disse.  

Ela informou ainda que a Empresa Municipal de Obras e Urbanização (Emurb) esteve no local e os moradores solicitaram um prazo para justificar a obra. Também segundo a moradora, a comunidade protocolou documento no Ministério Público para apreciar a situação.
"Não temos nenhuma segurança e a situação só não é pior porque contamos com a ajuda de um dos moradores que é oficial da polícia e está viabilizando rondas no local a partir de uma reunião que realizamos", informa.      

Indignação – O muro separando os moradores da comunidade do Motu gerou indignação entre as famílias que ocupam o terreno baldio onde foram erguidos barracos de lona e papelão.
A dona de casa Edivânia de Jesus Batista disse que ficou revoltada quando soube que os vizinhos ergueram um muro para evitar que as famílias da ocupação circulassem na área. "A gente só está aqui para conseguir uma casa e não para roubar ninguém. O muro é um desrespeito com quem está ocupando o terreno. É preconceito", disse indignada.
Ainda de acordo com as famílias, três ruas foram fechadas sem autorização da prefeitura, o que torna a medida ilegal. Dione Rodrigues, moradora de um dos barracos erguidos na área, disse que a situação gerou muita revoltada entre as famílias que estão no terreno.

"Todo mundo que está aqui vem sendo tratado como ladrão, o que não é verdade. Muitas pessoas trabalham. Se tivesse moradia digna ninguém gostaria de ficar em um lugar como esse e muito menos ser tratado de forma desumana como está acontecendo. Está claro que este muro é para separar a gente das pessoas que moram do outro lado", afirma.
Atualmente a ocupação conta com cerca de 500 pessoas. As famílias passaram a ocupar o local desde o dia 20 de setembro. A área pertence à Superintendência do Patrimônio da União. 

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