Morte de ex-PM: suspeito nega crime e polícia mantém cautela
Publicado em 10 de setembro de 2013
Por Jornal Do Dia
Gabriel Damásio
gabrieldamasio@jornaldodiase.com.br
As equipes da Polícia Civil que investigam o assassinato do ex-policial militar Edvaldo Silva Santos Junior, 32 anos, morto a tiros na última sexta-feira em plena Orlinha do Bairro Industrial (zona norte de Aracaju), mantêm a cautela e ainda não confirmam nenhuma informação sobre a prisão ou identificação de suspeitos de participação no crime. Ontem, a delegada Thereza Simony Nunes Silva, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), disse ao JORNAL DO DIA que um suspeito preso no final de semana pela Polícia Militar já prestou depoimento e negou sua participação no crime.
O suspeito em questão é Wallace Pessoa Santos, 25, o "Neguinho da Barra", detido na tarde de sábado por uma equipe da Companhia de Policiamento de Radiopatrulha (CPRp). Ele foi flagrado fazendo assaltos no Bairro Industrial e portando um revólver calibre 38 com seis munições intactas. Segundo informação divulgada pela PM, Wallace admitiu ter matado um homem no mesmo bairro por causa de uma rixa relacionada ao tráfico de drogas. Esta confissão levou os PMs a suspeitar da participação dele na morte de Edvaldo.
"É muito prematuro afirmar que foi ele, porque as investigações ainda estão no início. Ele negou seu envolvimento no crime do policial e não está confirmada a participação dele, mas isso não nos impede de continuarmos investigando isso", disse Thereza. Apesar da negativa, Wallace permanece preso, pois foi autuado em flagrante por porte ilegal de arma e já tem sentença condenatória por tráfico de drogas e posse ilegal de arma, estando atualmente em liberdade condicional. "Neguinho" já foi preso pela Radiopatrulha outra vez, há seis meses, durante uma operação realizada contra o tráfico de drogas na Invasão da Cana, na Barra dos Coqueiros (Grande Aracaju).
A delegada frisou que a polícia trabalha com "total cautela" nas apurações sobre a morte de Edvaldo Júnior, que fazia a segurança de um bar na Orlinha quando foi baleado por três homens armados em um Ford Ka de cor preta. "Nós temos que ter muita cautela e muito cuidado para chegarmos aos reais autores desse crime. Já ouvimos alguns depoimentos hoje [ontem], vamos ouvir outros mais à frente, outros envolvidos estão sendo investigados e trabalhamos com varias hipóteses. Não descartamos ainda nenhuma delas. Estamos dedicados a esclarecer esse crime e isso exige uma dose de paciência", disse Thereza, dirigindo-se aos que acompanham a apuração do caso.
A primeira suspeita levantada pela polícia aponta para uma tentativa de assalto que teria sido rechaçada por Edvaldo, mas a tese de execução por rixa ou crime encomendado ganhou mais força. Isso porque os criminosos atiraram seis vezes contra o ex-PM, sem chance de defesa e levaram apenas a arma que estava com a vítima, cujo calibre não foi identificado. O Ka preto usado no crime, roubado na terça-feira passada, foi queimado e abandonado em uma rua de terra deserta no bairro Porto D’Anta, a menos de um quilômetro da Orlinha. As investigações do DHPP são auxiliadas pelo Serviço Reservado da Polícia Militar (PM-2).