Segunda, 20 De Maio De 2024
       
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MPF visita indígenas Fulkaxó em Sergipe


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Publicado em 28 de março de 2024
Por Jornal Do Dia Se


ASPECTO DA VISITA NA ALDEIA (Divulgação)

O Ministério Público Federal (MPF) realizou nova visita a território indígena em Sergipe, com o objetivo de entender os desafios das comunidades indígenas e promover a defesa de seus direitos. A procuradora da República Gisele Bleggi e uma equipe técnica do órgão estiveram, na segunda-feira (25), na aldeia indígena Fulkaxó, próxima ao município de Pacatuba. Esta é a terceira de uma série de visitas periódicas aos territórios dos povos tradicionais em 2024 – no ano passado, foram dez -, visando monitorar a implementação de políticas públicas, coletar informações sobre a comunidade e propor encaminhamentos.
Os habitantes da aldeia expressaram o desejo de permanecer em suas terras ancestrais e manter suas características. Os Fulkaxó alegam ter chegado no atual território em 2008 e, desde então, pleiteiam a aquisição da área de 556 hectares junto ao proprietário do local. A ocupação é pacífica, mas a comunidade teme perder o território, uma vez que o proprietário não aceitou valores oferecidos anteriormente pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai). O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) também participa das negociações.
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) também participou da visita e se propôs a ajudar a comunidade com esclarecimentos sobre aspectos importantes para a certificação do território e a auxiliar no georreferenciamento, também prestando informações sobre a atuação do Ibama no caso dos direitos da comunidade e da obtenção formal do território.

Acesso à saúde – A comunidade manifestou preocupações em relação aos serviços de saúde na aldeia, especialmente no que diz respeito ao acesso a serviços médicos de emergência. Segundo relatado, a Secretaria de Saúde Indígena (Sesai) não tem respondido às sucessivas tentativas de contato realizadas pela comunidade, deixando um vácuo na assistência à saúde dos Fulkaxó.
A Secretaria de Saúde de Neópolis, município vizinho, intercedeu em favor dos indígenas, enviando um agente de saúde para realizar o cadastro das 89 famílias da região e se comprometendo a obter o cadastro delas junto ao Sistema Único de Saúde (SUS).

Educação – A comunidade expressou o desejo de incluir a cultura indígena nos currículos escolares e trazer a educação para dentro da aldeia, com profissional que ministre a língua materna da etnia. Enfatizaram a importância da ocupação dos cargos por meio de concurso público, em contraposição à utilização de processos seletivos simplificados. Bleggi recomendou a interlocução com o governo estadual para viabilizar a criação de cargos de professor indígena e a realização de concursos públicos para preenchimento dessas vagas.
Os Fulkaxó enfrentam problemas relacionados à falta de energia elétrica, devido, segundo eles, à pendência da autorização do proprietário para a instalação de infraestrutura elétrica na área. A Energisa, companhia responsável pelo abastecimento no estado, afirma que a operação não trará custos para o proprietário do local onde está localizada a aldeia. Ainda assim, conforme relatado, persiste a resistência em se providenciar a documentação necessária para as obras.
Sobre a questão, Gisele Bleggi recomendou a tentativa de obtenção da documentação necessária pela via extrajudicial. A procuradora sugeriu que os indígenas destaquem os benefícios da melhoria da rede elétrica na região, buscando um acordo que atenda ao interesse de ambas as partes.

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