Mulher é morta a tiros em hotel abandonado na Orla
Publicado em 31 de janeiro de 2020
Por Jornal Do Dia
Gabriel Damásio
Uma mulher com idade presumida de 22 anos foi assassinada a tiros na noite de anteontem, em uma rua próxima às ruínas do antigo Hotel Brisa Mar, na Orla de Atalaia (zona sul). Ela foi encontrada morta por volta das 21h40, depois que uma testemunha ouviu o som de tiros na Rua Desembargador Otávio Souza Leite. O corpo foi recolhido pelo Instituto Médico-Legal (IML) e não foi identificado oficialmente até o fechamento desta edição.
Extraoficialmente, policiais militares apontaram que a vítima era conhecida como ‘Dona Dinha’ e já tinha sido detida algumas vezes, acusada de roubo e desacato à autoridade, além de ter atuado na prostituição e possivelmente se envolvido com o tráfico. De acordo com o tenente coronel Eduardo Brandão, comandante do Batalhão de Policiamento Turístico (BPTur), confirmou que ela era investigada junto com o marido por agirem na venda e no fornecimento de drogas aos frequentadores da Orla, tendo como base o hotel abandonado. Pelo menos um suspeito do crime chegou a ser identificado pelos PMs. As informações também são apuradas pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que também investiga o caso.
Ainda de acordo com o coronel, este não foi o primeiro crime a ocorrer no antigo hotel, cujas obras firam paralisadas há mais de 30 anos. Em dezembro de 2016, cinco pessoas foram mortas a tiros dentro das ruínas. Na ocasião, a polícia concluiu que o crime foi consequência de uma disputa entre duas quadrilhas que queriam o controle da venda de drogas no local. O crime teve grande repercussão, mas a estrutura continua escura e tomada por mato e lixo. Moradores da Orla reclamam que o local se transformou em uma concentração de mendigos, traficantes e usuários de drogas. O BPTur assegura que faz várias operações periódicas no local, em busca de criminosos.
Avaliado em mais de R$ 7 milhões, o antigo Hotel Brisa Mar começou a ser construído em 1986, mas não foi adiante, devido a impasses financeiros e burocráticos envolvendo o Banco do Estado de Sergipe (Banese) e a Companhia de Turismo S/A, pertencente ao ex-prefeito de Aracaju Antônio Viana de Assis (1934-2010), que eram parceiros do empreendimento. O local chegou a ser ocupado duas vezes por movimentos de famílias sem-teto, mas teve a posse reivindicada pela família de Viana. Em 2012, a Justiça concedeu a propriedade do terreno ao Banese, que ganhou uma ação movida contra o espólio do ex-prefeito. Desde então, a estatal não tomou nenhuma decisão sobre a continuidade das obras ou a demolição do que já foi construído.