**PUBLICIDADE
Mulheres bolsonaristas podem disputar o segundo turno em Aracaju
Publicado em 05 de outubro de 2024
Por Jornal Do Dia Se
Gilvan Manoel
gilvanmanoel@jornaldodiase.com.br
.
Aracaju poderá ter uma disputa entre candidatas de direita e bolsonaristas no segundo turno das eleições para prefeito de Aracaju: Emília Correia (PL) e Yandra Moura (União).
Seria um confronto inusitado não apenas pela posição política, mas também por serem mulheres, o que nunca aconteceu na eleição aracajuana. Dos seis principais candidatos, cinco são mulheres. Além das duas já citadas também postulam o cargo Candisse Carvalho (PT), Danielle Garcia (MDB) e Niully Campos (Psol).
Pelo que tem mostrado as pesquisas, a única possibilidade diferente na disputa seria a inclusão de Luiz Roberto (PDT) que vem crescendo muito na reta final e está praticamente em empate técnico com Yandra, que faz uma campanha milionária. Danielle, que aparece em quarto nas pesquisas, ainda tenta uma reação, com maior publicidade nas ruas.
O debate realizado na noite de quinta-feira pela TV Sergipe não deve ter qualquer influência no resultado, até porque os seis candidatos que participaram abordaram temas requentados referentes as várias denúncias no decorrer da campanha eleitoral. Os mais atacados foram os três que estão à frente das pesquisas.
Luiz Roberto, por ser o candidato do grupo que comanda a prefeitura há 16 anos, pelas licitações municipais e pela sua demissão da Petrobras; Yandra, pela questão do pai André Moura e do seu vice Belivaldo Chagas, que cobrou 14% dos aposentados, e pelos recursos gastos na campanha; e Emília, pela agressão de um bolsonarista a um petista na noite anterior, por ser defensora pública sem concurso público, pela pífia atuação como vereadora, e ter os aliados que tem e dizer que quer furar a bolha do sistema.
A possibilidade de um confronto entre Emília e Yandra no segundo turno causa preocupação, porque elas podem trazer de volta o modelo de administração do ex-prefeito João Alves Filho (2013-2016), que gerou o caos na cidade. A candidata do União ainda tem a companhia do pai André, que foi condenado a prisão pelo STF pelos desmandos em sua administração como prefeito do pequeno município de Pirambu.
Entusiasmada apoiadora da gestão João Alves Filho, que interrompeu o ciclo de crescimento na cidade após amplo desenvolvimento a partir de 1985, Emília não enxergava defeitos na administração do aliado. Ao invés de denunciar o descalabro que viveu a Prefeitura de Aracaju naqueles anos, fazia discursos defendendo o caos e o atraso no pagamento dos servidores públicos.
Hoje tenta se apresentar como a solução para a suposta crise que enxerga viver a cidade, aliada aos irmãos Amorim, o que há de mais retrógado na política sergipana. Ela ressuscitou politicamente a família, que utiliza métodos nada republicanos em busca de seus objetivos políticos e econômicos. O ex-senador Eduardo Amorim (PSDB) chegou a ser cogitado como candidato a vice, mas acabou sendo preterido em favor do vereador Ricardo Marques (Cidadania).
Quando Edvaldo assumiu o seu terceiro mandato, em 1º de janeiro de 2017, Aracaju vivia o caos. Nos últimos dias da administração João Alves Filho, o presidente do Tribunal de Contas do Estado, Clóvis Barbosa de Melo, era quem estava sendo o prefeito de fato. Era ele quem administrava os recursos da PMA para tentar concluir o pagamento dos servidores e, de última hora, as contas de energia para evitar que o novo prefeito assumisse com o seu gabinete às escuras.
João Alves foi o pior prefeito da história recente de Aracaju. Deu calote em todo mundo, não pagou os servidores, fechou os postos de saúde e unidades de emergência, aumentou os impostos, criou taxas, suspendeu a merenda das crianças nas escolas e, segundo o vice-prefeito José Carlos Machado da época, “fechou os olhos para a roubalheira escancarada” que seria praticada por seus secretários.
A simples possibilidade de uma disputa no segundo turno entre Emília e Yandra causa perplexibilidade, nem tanto por serem de direita e bolsonaristas, mas por representarem a possibilidade de gestões semelhantes às de João Alves Filho em Aracaju e de André Moura em Pirambu.
Pintura sobre tela do artista Joel
Defesa do legado
O prefeito Edvaldo Nogueira publicou, esta semana, um vídeo em suas redes sociais, no qual reafirma seu apoio à candidatura de Luiz Roberto (PDT) à Prefeitura de Aracaju. O gestor criticou o baixo nível dos ataques da oposição contra Luiz. Segundo ele, “uma onda de falsas acusações e fake news contra Luiz tomou conta da campanha”. Mas, destacou Edvaldo, “a Justiça tem restabelecido a verdade e derrubado essas denúncias mentirosas”.
“É o desespero daqueles que não querem ver Aracaju continuar na trilha do progresso e que estão incomodados com o crescimento do nosso candidato. Mas graças a Deus, a Justiça tem restabelecido a verdade e derrubado essas denúncias mentirosas. Ao mesmo tempo, a consciência da sociedade também tem sido a nossa maior aliada, pois as pessoas já entenderam o jogo que a oposição está tentando fazer”, afirmou o prefeito de Aracaju.
Na última semana, Luiz Roberto foi alvo de acusações por parte da oposição, denúncias que foram declaradas falsas pela Justiça. “Existem duas coisas na vida das quais eu tenho plena certeza. A primeira delas é que Aracaju é uma cidade que não se vende e nem se rende. A segunda é a integridade das pessoas sobre as quais deposito minha confiança e apoio, e Luiz Roberto é o melhor nome para administrar Aracaju”, destacou Edvaldo.
Itabaiana sem festa
O juiz Herval Márcio, da 9ª Zona Eleitoral, baixou portaria estabelecendo que a partir da zero hora da próxima segunda-feira (7) estão proibidas comemorações em parques, praças, ruas, avenidas, calçadas, estádios e terrenos baldios do município de Itabaiana. A decisão se aplica a qualquer tipo de evento comemorativo, como carreatas, passeatas, apresentações musicais e uso de trios elétricos, carros de som e paredões, independente do consumo de bebidas alcoólicas no local.
Com uma eleição polarizada entre os candidatos Valmir de Francisquinho (PL) e Edson Passos (PSD), Itabaiana tem uma disputa política que às vezes descamba para a violência.
Mitidieri já trabalhou?
Para o governador Fábio Mitidieri, os professores da rede estadual não trabalham. Ele estaria movendo céus e terra para promover o ensino público de qualidade, entregando novas escolas todos os dias, mas nunca teria visto os professores com a mão na massa.
A declaração de guerra contra os professores da rede estadual é o ápice de um confronto que já dura meses, desde quando o governador fechou a porta para um diálogo franco com a categoria. Somente agora, no entanto, o governador se mostra com unhas e dentes, em posição de ataque, sem máscara.
O discurso de Mitidieri acabou alimentando as redes sociais sobre as suas atividades trabalhistas antes de ter sido eleito deputado federal e depois governador. Um dos comentários é enfático: “Esse ‘governador’ já trabalhou alguma vez na vida? Nasceu em ‘berço de ouro’, passou a vida em festas, ganhou um mandato de deputado federal e outro de governador de ‘presente’. Lógico entender porque ele despreza quem trabalha. O espelho é cruel…”.
Ônibus de graça
O prefeito Edvaldo Nogueira assinou decreto que garante a gratuidade do transporte coletivo em Aracaju nos dias de votação das eleições municipais de 2024. A medida considera a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que autoriza prefeituras e empresas concessionárias a oferecer o serviço com tarifa zero, sem que isto configure prática de improbidade administrativa ou crime eleitoral. Além disso, a decisão atende a Lei Municipal nº 6.603/2, que objetiva a gratuidade no sistema do transporte coletivo nas datas do pleito.
Recursos da Deso
Propostas do economista e professor da UFS Ricardo Lacerda para o uso dos R$ 4 bilhões obtidos com a venda da DESO:
-Criar um fundo para aplicar na infraestrutura das escolas estaduais e dos municípios que pactuassem o alcance de resultados educacionais.
-Na infraestrutura temos alguns gargalos, a exemplo de backbones (espinha dorsal) interligando os municípios e os serviços públicos com fibra óptica poderia melhorar a gestão (o Ceará já tem há alguns anos).
-Tirar do papel a infraestrutura do Complexo Portuário Industrial da Barra dos Coqueiros, antes que a especulação imobiliária o inviabilize. Seria equivalente aos complexos de Suape e de Pecém.
-Fortalecer a economia do interior com infraestrutura produtiva e de telecomunicações, com complexos empresariais robustos nas cidades polos.
– Projetos robustos também de educação profissional no interior do estado, acompanhados por CVTs (Centro de Vocações Tecnológicas) funcionando de verdade.
– Criar no Banese fundo de participação para investir em startups (empresas com ideais diferentes) sergipanas.