Quarta, 22 De Janeiro De 2025
       
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Nome de Valmir de Francisquinho ainda pode não ser viabilizado


Publicado em 07 de maio de 2022
Por Jornal Do Dia Se


Por unanimidade, o pleno do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SE) indeferiu o registro da candidatura ao governo de Valmir de Francisquinho (PL).

“Ao lado de figuras como Valdevan e Edvan Amorim, e ainda defendendo o presidente Jair Bolsonaro, Valmir de Francisquinho pode se decepcionar”

Ao lado do deputado cassado Valdevan Noventa, o ex-prefeito de Itabaiana Valmir de Francisquinho (PL) lançou a sua pré-candidatura a governador de Sergipe, e garante que agora o movimento é definitivo. Com ele, o estado passa a ter quatro pré-candidatos que podem ser competitivos ao longo da campanha eleitoral – também os senadores Rogério Carvalho (PT) e Alessandro Vieira (PSDB), e o deputado federal Fábio Mitidieri (PSD).
Francisquinho apela para supostas boas gestões no comando da Prefeitura de Itabaiana para apresentar como o “governador ideal” para retirar Sergipe da crise. O problema é que ao contrário do prefeito Edvaldo Nogueira (PDT), que ganhou visibilidade em todo o estado pela forma como comanda Aracaju, a administração dele pode ser reconhecida em Itabaiana e municípios vizinhos, sem o alcance estadual.
Depois de cinco mandatos como vereador, Valmir foi eleito prefeito em 2012 e reeleito em 2016. Em 2018 elegeu o filho Talysson para a Assembleia Legislativa com 42.046 votos, a maior votação o estado. Em 2020, Valmir conseguiu eleger o prefeito Adailton Sousa com 53% dos votos válidos, derrotando o candidato do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Luciano Bispo (PSD), Edson de Itabaiana (MDB), que alcançou 39,19% dos votos.
Valmir estava no exercício do mandato de prefeito de Itabaiana quando transformou o filho no deputado estadual mais votado em 2018 e conseguiu eleger o sucessor em 2020 com acusações de uso da máquina administrativa na campanha eleitoral.
Por conta de sua gestão na prefeitura de Itabaiana, há poucos dias, o juiz Marcelo Cerveira Gurgel, da 2ª Vara Criminal de Itabaiana, autorizou a quebra dos sigilos fiscal e bancário de Valmir de Francisquinho, dentro de um processo que apura denúncias de irregularidades e supostos desvios de recursos na gestão do Matadouro Municipal da cidade serrana. A quebra do sigilo foi pedida pelo Ministério Público e servirá para a conclusão de um inquérito aberto pela Polícia Civil, no âmbito do Departamento de Crimes contra a Ordem Tributária e Administração Pública (Deotap).
A investigação apura o crime de lavagem de dinheiro, decorrente de desvio de recursos públicos da arrecadação de tributos com o abate de reses no matadouro de Itabaiana. É um dos desdobramentos da Operação Abate Final, deflagrada pelo Deotap em junho de 2018 e que resultou na prisão do próprio Valmir. A delegada Thais Lemos, do Deotap, afirmou nos autos do processo que o inquérito policial aguarda o processamento de dados referentes ao pedido de afastamento de sigilo junto ao Banco Central e a Receita Federal.
Depois de anunciar a pré-candidatura, Valmir foi à Brasília com o presidente estadual do PL, Edvan Amorim – o mesmo que já foi o todo poderoso quando mandava no PSC – para um encontro com o presidente nacional do partido, Valdemar da Costa Neto. Quer a garantia de recursos para tocar a campanha de governador, sem comprometer o dinheiro já previsto para os candidatos a deputado federal e deputado estadual.
O PL é o partido do presidente Jair Bolsonaro, que disputará a reeleição, e não é um bom cabo eleitoral nem em Sergipe nem em nenhum outro estado do Nordeste. Valmir de Francisquinho garantiu lealdade absoluta ao presidente e terá de disputar com João Fontes, o pré-candidato do PTB, quem dará o palanque mais forte ao presidente em Sergipe.
Até o período das convenções partidárias – de 20 de julho a cinco de agosto -, Valmir terá que trabalhar muito para viabilizar a sua candidatura. Se nas pesquisas que forem realizadas a partir de agora seu nome aparecer bem, tem chances de atrair mais apoio, mas a guerra será grande.
Fábio Mitidieri conta com a máquina administrativa do estado e a força de lideranças como Edvaldo Nogueira, além de uma grande estrutura partidária para tentar crescer; Rogério Carvalho tem a estrutura do PT e a força da candidatura do ex-presidente Lula para viabilizar a sua campanha.
Ao lado de figuras como Valdevan e Edvan Amorim, e ainda defendendo o presidente Jair Bolsonaro, Valmir de Francisquinho pode se decepcionar. Apesar de eleições surpreendentes para o legislativo, como ocorreu com o senador Alessandro Vieira em 2018, o eleitorado sergipano é conservador na escolha de seus governantes.
Tanto que o grupo criado por Marcelo Déda em 2006 ainda está no poder, mesmo com governos fracos como foram os de Jackson Barreto e agora os de Belivaldo Chagas.

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