CENTRAIS DESISTIRAM DE GREVE GERAL, MAS OS PROTESTOS COMEÇARAM LOGO CEDO, EM FRENTE À SEDE DO INSS NO CENTRO DE ARACAJU
Manifestação contra a reforma da Previdência, em frente ao INSS
Publicado em 20 de fevereiro de 2018
Por Jornal Do Dia
CENTRAIS DESISTIRAM DE GREVE GERAL, MAS OS PROTESTOS COMEÇARAM LOGO CEDO, EM FRENTE À SEDE DO INSS NO CENTRO DE ARACAJU
Manifestação contra a reforma da Previdência, em frente ao INSS
Milton Alves Júnior
Milhões de trabalhadores contrários à Proposta de Emenda Constitucional (PEC 287/16) se mobilizaram em todas as unidades federativas do país diante da perspectiva de pressionar o Governo Federal e o Congresso Nacional a retirar de pauta a medida que visa promover uma reforma previdenciária. Em Sergipe os atos democráticos tiveram início ainda durante a madrugada sob a coordenação da Central Única dos Trabalhadores (CUT/SE), da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), e da Nova Central. Membros da Central Sindical e Popular (CSP-Conlutas) e do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) também articularam mobilizações em vários pontos do Estado.
Diferentemente dos atos anteriores, quando o setor comercial necessitou ser fechado, bem como agências bancárias e dos Correios, as categorias optaram por promover manifestações consideradas de advertência. Isso porque o presidente da Câmara dos Deputados Federais, Rodrigo Maia (DEM-RJ), informou desde a semana passada que, apesar de ter anunciado em dezembro do ano passado a previsão de apreciar e votar a PEC a partir da manhã de ontem, a tramitação do projeto pode ser novamente adiada; desta vez, não mais apenas em virtude da ausência representativa de votos favoráveis aos planos do presidente Michel Temer, mas devido às atenções voltadas para a intervenção militar na Segurança Pública do Rio de Janeiro.
Logo no inicio da manhã de ontem centenas de trabalhadores se reuniram em frente à sede regional do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), em Aracaju, onde protestaram contra as medidas antipopulistas impostas pelo poder executivo federal. Segundo análise apresentada pelo sindicalista e presidente da CUT/SE, Rubens Marques, fica evidente que a base aliada de Temer optou por recuar diante do número insuficiente de votos a favor do que os trabalhadores chamam de contrarreforma da previdência. Apesar de a greve geral ter se transformado em uma suspensão parcial dos serviços públicos, o líder sindical garante que os brasileiros seguem atentos às tramitações da PEC 287/16.
"Essa desculpa de não botar o projeto em votação por causa da intervenção militar não passa de uma balela por parte dos parlamentares e ministros aliados à Temer; foi adiada porque ele não tem base suficiente para fazer a contrarreforma ser aprovada assim como ocorreu com a contrarreforma trabalhista. Hoje estamos em numero maior, mas se a PEC for botada em votação os rodoviários, bancários e comerciantes voltarão a cruzar os braços e pressionar os deputados a votarem contra", declarou Rubens. Conforme previsto na Constituição Federal, em caso de intervenção militar, nenhuma mudança pode ser imposta ao texto constitucional. Seguindo esse princípio, a votação pela mudança na Previdência estaria suspensa.
O presidente Michel Temer reafirmou o compromisso com a mudança, e, que, a fim de atingir a meta do governo, não descarta a possibilidade de suspender a intervenção no Rio de Janeiro durante a votação. Depois de votada, seja ela aprovada ou não, um novo decreto permitindo o reinicio da intervenção seria publicada no Diário Oficial da União. O Jornal do Dia ressalta que o texto inicial prevê 65 mudanças, entre elas, inclui a que homens e mulheres só poderão se aposentar após completarem 65 anos de idade.
A regra atual diferencia o requisito da idade, sendo 60 anos para mulheres e 65 anos para homens, sendo possível aposentar-se caso a soma da idade e o tempo de contribuição totalize 85 pontos para mulheres e 95 pontos para homens. "Seguimos firmes na nossa luta e podem ter certeza que não iremos baixar nossas guardas a favor do trabalhador brasileiro. Não aceitamos essa mudança lastimável e reforçamos o pedido aos deputados eleitos por Sergipe que, caso a PEC seja ofertada a votação, então que digam NÃO", declarou. A mobilização de ontem contou com o apoio também dos servidores do Instituto Federal de Sergipe (IFS) e da Universidade Federal de Sergipe (UFS).