Número de anos de estudo aumenta em Sergipe, mas não reduz analfabetismo
Publicado em 16 de julho de 2020
Por Jornal Do Dia
Nesta quarta-feira (15), o IBGE divulgou dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD-C) para o módulo anual de educação, que investiga as características básicas do tema para as pessoas de 5 anos ou mais de idade.
Os resultados do módulo de Educação apresentam, para Sergipe, estabilidade em algumas temáticas e melhora em outras. Porém, persistem as desigualdades regionais, de gênero e de cor ou raça: mulheres permaneciam mais escolarizadas do que os homens, pessoas brancas tiveram indicadores educacionais melhores que os das pessoas pretas ou pardas e a região Nordeste apresentou a maior taxa de analfabetismo do país (13,9% diante de 6,6% registrado no Brasil). Os nove estados da região Nordeste tinham as nove piores taxas do Brasil.
Em Sergipe, a taxa do analfabetismo registrada em 2019 para pessoas de 15 anos ou mais foi de 13,5%. Em relação aos anos anteriores (a partir de 2016), o número não apresentou variação estatisticamente significativa. Ainda assim, a taxa estava entre as mais elevadas do país e retratava as diferenças sociais, principalmente de gênero, cor e raça, mas sobretudo diferenças geracionais. Para brancos, a taxa ficou em 11,2%, ao passo que para pretos e pardos ela ficou em 14,2%. Entre homens, a taxa era de 14,9% ante 12,3% entre mulheres.
Apesar da taxa de analfabetismo não ter apresentado variações estatisticamente significativas no período 2016-2019, a população está mais escolarizada. Um dado que reflete esse aumento da escolaridade é o número médio de anos de estudo da população com 25 anos ou mais de idade, que, em Sergipe, ficou em 8,2 para o ano de 2019. Em 2016, eram 7,8 anos de estudo e, em 2018, 7,9 anos. As variações nas duas comparações foram consideradas estatisticamente significativas.
O aumento foi estatisticamente significativo nas duas comparações para as mulheres, que em 2016 tinham 8,1 anos de estudo, passando a 8,2 em 2018 e 8,5 em 2019. O mesmo aconteceu no grupo de pessoas com cor ou raça preta ou parda, com a média de anos de estudo passando de 7,5 em 2016, para 7,7 em 2018 e para 7,9 em 2019. Os padrões de desigualdade, porém, se mantiveram. Mulheres têm em média mais anos de estudo que homens (8,5 contra 7,8) e brancos, mais do que pretos e pardos (9,1 contra 7,9 anos).
Essa diferença é menos visível na região metropolitana de Aracaju quando se considera o recorte por sexo. Em 2019, eram 10,3 anos de estudo em média, com 10,2 anos para homens e 10,3 para mulheres.
Considerando apenas a capital, os dois grupos empatam em 10,8 anos. No recorte por cor ou raça, porém, a diferença se intensifica, com uma média de 11,6 para brancos e 9,8 para pretos ou pardos na RM de Aracaju, e 12,1 para brancos e 10,3 para pretos ou pardos no município da capital.