Quinta, 02 De Maio De 2024
       
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O berço de ouro


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Publicado em 09 de abril de 2024
Por Jornal Do Dia Se


Podre de rico (Divulgação)

Rian Santos
 
Elon Musk é um herdeiro, nasceu em berço de ouro. Poucos merecem, como ele, o predicado horroroso, aqui empregado com todas as letras. Elon Musk é mesmo podre de rico. 
Longe de inspirar inveja e admiração, o berço de ouro em que deitou Elon Musk é, para mim, motivo de repulsa. 
Somente um homem branco, criado a leite com pêra, useiro de queimar largadas com o propósito de alcançar a linha de chegada antes de todos os outros, como Musk, seria capaz de argumentar que o próprio dinheiro o situa acima do bem e do mal, inimputável como o motorista embriagado de um Porsche numa avenida de São Paulo, mais valioso do que a própria Democracia.
O dono do Twitter tem interesses econômicos e também tem lado. Hoje, a serviço de políticos reacionários, criminosos tomados por um ódio francamente primitivo e as tais big techs, a desinformação virou um grande negócio. Em sua versão atualizada, entupida de anabolizantes e criptomoedas, a mentirinha de outrora já não trabalha de graça, só pra fazer graça. Cada passo dado por uma Fake News é orientado por estratégia.
 Se nenhuma providência for tomada, os interesses privados de meia dúzia de bilionários podem fazer frente à soberania das nações. 
 
PL – O Projeto de Lei das Fake News (PL 2630/20), iniciativa do sergipano Alessandro Vieira, aprovado no Senado Federal, não tem data para chegar ao plenário da Câmara, em Brasília. 
De acordo com a ementa do projeto original, o texto estabelece normas relativas à transparência de redes sociais e de serviços de mensagens privadas, sobretudo no tocante à responsabilidade dos provedores pelo combate à desinformação e pelo aumento da transparência na internet, à transparência em relação a conteúdos patrocinados e à atuação do poder público, bem como estabelece sanções para o descumprimento da lei.
A via crucis percorrida pelo projeto de Lei contrasta com a urgência do tema. Até que alguma regulamentação imponha limites razoáveis ao poder discricionário das plataformas digitais, a Internet será como uma terra sem lei, povoada por todo tipo de gente.
Penso em Elon Musk e morro de saudades da solteirona velha, à janela de casa, olhos postos no alheio. Sabia nada da vida, o anjo gordo, malicioso. Enquanto o dia se arrastava, ela vigiava o namoro da vizinha e criava sinfonias de gemidos sufocados, com regência de gestos furtivos, línguas contorcidas, dedos enormes, a velha miserável de carícias.
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