O biombo da Cultura

Sergipe tem agora uma Secretaria Especial de Cultura. Fiel a seus aliados, o governador Fabio Mitidieri acomodou Valadares Filho atrás de lustrosa escrivaninha, com direito a meia dúzia de auxiliares e remuneração à altura.

O arranjo político de viés administrativo, contudo, não animou os trabalhadores da seara artística Serigy. As saudações ao mais novo biombo do governo estadual ficaram restritas às esferas rarefeitas do poder. Nem mesmo a nomeação de Irineu Fontes, o imediato da tal secretaria, com experiência reconhecida na gestão da sensibilidade nativa, foi capaz de vencer a desconfiança corrente.

Gato escaldado tem medo de água fria. Isso de criar uma Secretaria de Cultura com a notória intenção de pendurar ali alguns chegados, um cabide de cargos comissionados, não irá alterar a rota já traçada pelo governador, a fim de contemplar o segmento.

Os grandes eventos do calendário festivo mantido pelo poder estadual materializam a única estratégia eleita para alavancar Cultura e Turismo. A falta de imaginação é latente. Até segundo aviso, Sergipe será o suposto País do Forró – um título cartorial, aliás. Na playlist do governador, contudo, as festas por ele frequentadas com entusiasmo anedótico são a maior prova, o gênero dominante é o Axé e o Arrocha.

Não por acaso, no mesmo ato em que nomeou Valadares Filho como Secretário Especial de Cultura, Mitidieri deu posse também a Fabiano Oliveira, agraciado com destacada posição na Secretaria do Turismo.

O Pré-Caju 2025 promete.