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O Brasil em tempo de guerra


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Publicado em 20 de abril de 2024
Por Jornal Do Dia Se


Nem mesmo cidades que antes eram referência em termos de paz e segurança, hodiernamente escapam dos índices de violência

* Paulino Fernandes de Lima

Há os que dizem que já vivemos praticamente em uma guerra. Mata-se em todo canto e de toda forma, ceifando-se a vida humana de forma tão banalizada, que a solução para ao menos diminuir a criminalidade, parece hoje uma quimera.
Indubitavelmente, nos últimos anos o número de homicídios e doutras formas de violência têm crescido estratosfericamente.
Nem mesmo cidades que antes eram referência em termos de paz e segurança, hodiernamente escapam dos índices de violência. Quando muito, situam-se entre as que não apresentam altos números, mas não deixam de figurar numa lista que só cresce a cada ano, ou mês.
Em junho de 2023, O Fórum Brasileiro de Segurança Pública, listou em seu Anuário, 50 cidades mais violentas do País, considerando para tanto, aquelas com mais de 100 mil habitantes e levando-se em conta as taxas de mortes violentas ocorridas em 2022.
De lá para cá, os números dispararam alarmantemente, a ponto de se comparar o quantitativo de mortes a números de uma verdadeira guerra, guardadas, claro, todas as proporções (e desproporções).
Enquanto isso, as medidas de combate à criminalidade já se revelaram, há tempos, obsoletas, para não dizer que, praticamente, reduziram-se a improdutivas e inócuas pautas de reuniões realizadas, em órgãos e instituições, cujo dia-a-dia difere grandemente da realidade vivida pelo cidadão, quando sai de casa.
Até o que parecia tão comum antigamente, como a presença de policiais nas ruas, agora parece, inexplicavelmente, mera imagem do passado.
O mais inconcebível é saber que enquanto se perde tempo e verba pública com pessoal, reuniões e veículos, o retorno do modelo antigo, em que se via, pelo menos, um policial aqui e acolá, não é adotado.
E nada justifica se dizer que não teria como se ter a presença da polícia em cada esquina, se não se ver mais em lugar nenhum nas ruas, salvo, quando muito, em viaturas (e de passagem).
A população se sentiria mais segura, sem dúvida, com a presença ostensiva do policial nas ruas, circulando ou não, mas de forma acessível.
Ou alguém duvida que o criminoso ao menos não pensaria melhor se pratica ou não um delito, com a presença física e ostensiva da Polícia?
Claro que a facilidade que o delinquente enxerga, ao saber que uma área está desguarnecida, em muito o impulsiona a praticar crimes.
Mais tarde, essa sensação de poder vai ser acrescida ao da impunidade, que lassa o País, desgraçando-o cada vez mais
Para o bandido, a sensação de que não há segurança por perto, somada a outra (que é a terrível constatação de impunidade), dão a ele o prato cheio para seguir delinquindo, livremente.
Conclusão: enquanto não se puser em prática algumas posturas que eram adotadas no passado (e davam certo), não adianta se falar em planos e programas de segurança, veementemente utópicos.

* Paulino Fernandes de Lima, defensor público e professor

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