O BRASIL VOLTOU: O GOSTO AMARGO FICA PARA O MERCADO

* Rômulo Rodrigues

É muito salutar iniciar o ano com notícias e prognósticos que provoquem vontade de dar boas risadas para poder esperar um ano novo melhor ainda, do que passou.
E nada melhor do que ler, ver e ouvir os brados pessimistas em relação ao governo federal, diga-se, governo Lula, nas vinhetas dos que torcem pelo insucesso da economia, todo inicio de ano.
Para começo de conversa, toda comparação atual, tem que ser com o período que passou, onde a previsão do mercado projeta uma inflação de 3,9%e crescimento do PIB de 1,5% para 2024.
Há exatamente um ano as previsões eram de que a inflação furasse o teto da meta e o PIB crescesse apenas 1,5% em 2023.
A realidade, sempre atenta para desmenti-los, já está mostrando uma inflação bem abaixo do centro da meta e um crescimento do PIB em torno de 3,2% e eles mais uma vez quebraram as caras e não se emendam.
Para justificarem suas teorias falsas ao serem comparadas após um ano, seguem a tradicional metodologia de inventarem verdades, para não serem chamados de mentirosos.
O que causa mais arrepio é quando distorcem a realidade dos números como, por exemplo; o salário mínimo começou 2023 fixado em R$ 1.302,00. Em 1º de janeiro de 2024 pulou para R$ 1.412,00.
É ai que vem a distorção ou, invenção da verdade globicida, também catalogada como mentira em números absolutos e relativos.
Por exemplo, já no dia 2 de janeiro, uma especialista do Bom dia Brasil soltou essa joia; a partir de ontem o salário mínimo que entrou em vigor para este ano passou a valer R$ 1.412,00, o que equivale a um aumento de 6,9%.
Perceberam a falsa verdade? Pois é; a comparação é com o reajustado em 1º de maio do ano que passou, R$ 1.320,00, um período de 8 meses e não com o retroativo de um ano, R$ 1.302,00, equivalente a 8,45% de reajuste e um ganho real sobre a inflação superior a 4%.
No anuncio em valores absolutos também houve distorção no que foi anunciado R$ 92,00, em 8 meses, para o que foi real R$ 110,00 em 12 meses.
Todo o jogo de cena na informação é para encobrir que o aumento do salário mínimo provocará um impacto direto na economia, de R$ 70 bilhões, que poderá garantir o crescimento de 1,5% que os abutres projetam.
E por que as mentiras. Simplesmente para encobrir que há uma política de valorização do salário mínimo, interrompida pelo golpe de 31 de agosto de 2016 e que, a retomada sobre a massa salarial de todo o conjunto de trabalhadores, aposentados e pensionistas, vai garantir o crescimento mínimo do PIB, ficando o resto por conta da sorte de Lula.
A prática da distorção das notícias prossegue e deverá prosseguir por todo o ano embora os resultados reais venham a galope para os desmentidos.
Ora, se os números reais indicam que existem mais de 105 milhões de trabalhadores na População Econômica Ativa, PEA, contando com um incremento de 2 milhões de saldo de trabalhadores com carteiras assinadas em 2023 e com margem de crescimento igual ou superior em 2024, toda essa massa salarial garantirá um crescimento do PIB, maior que o prognosticado pelo Deus mercado, sem falar na expansão dos programas sociais puxados pelo Bolsa Família, no velho binômio que eles preferem esconder; quando a economia cresce, o desemprego cai, e economista de bancada passa por mentiroso ou mentirosa.
O aparato midiático puxado por Globo, Folha de S. Paulo e Estadão, perdido no espaço recorre a comparações esdrúxulas como a que fez o “colonista” Merval Pereira ao comparar o presidente Lula a um doido varrido feito o argentino Milei.
Outro perigo existente é que, com o vislumbre dos fracassos de suas previsões na economia, voltam com tentativas de resgates dos fantasmas da militarização que só trouxe catástrofes ao país.
Na construção dos malfadados planos B, não se pode deixar em branco e sem denúncias que existe no meio militar, uma vaquinha para ajudar um criminoso lesa pátria, chamado Mauro Cid, para pagar multas pendentes com a justiça.
Também, é dever dos verdadeiros patriotas denunciar que a eles escondem os elogios dos jornais internacionais, ao presidente Lula, na mesma gaveta que escondem falcatruas dos seus aliados.
Que guardem em suas bocas o gosto amargo de fel, e que deixam o Brasil brilhar.

* Rômulo Rodrigues, sindicalista aposentado, é militante político