O CERCO SE FECHA PARA BOLSONARO E BOLSONARISTAS
Publicado em 14 de dezembro de 2023
Por Jornal Do Dia Se
* Rômulo Rodrigues
É sempre bom começar pelas melhores notícias. A mais recente e alvissareira é que a presidenta do Banco Brics, Dilma Rousseff acaba de ser eleita a mulher economista do ano de 2023, pelo Conselho Federal de Economia e pelos respectivos conselhos estaduais, no dia 9 de dezembro.
Como já é de costumes as decisões dos conselhos foram duramente atacadas pelos jornais O Estado de S. Paulo e pela Folha de S. Paulo, jornais que defendem as bandeiras do imperialismo financeiro, cujas preocupações são com as sujeiras que estão sendo reveladas.
O destilar de ódio dos jornalões do mercado financeiro fica mais exposto, quando se evidencia que o período destacado para a premiação é o que reflete o desempenho da premiada à frente do banco que caminha para suplantar o Banco Mundial no cenário para promover o desenvolvimento sustentável, bola da vez no horizonte visível.
É necessário recapitular que o país já teve líderes de extrema direita como Plinio Correia de Oliveira, fundador do Partido Integralista e comandante em chefe do exército de Boinas Verdes, sempre secundado por um pária chamado Miguel Reali, pai do Miguel Reali Júnior que foi coautor da tese do impeachment de Dilma Rousseff.
Na direita sempre radical, o expoente foi Carlos Lacerda, que falava como dono da União Democrática Nacional, UDN, com ampla cobertura da grande imprensa do Rio de Janeiro e São Paulo, pela revista O Cruzeiro, expoente dos diários associados.
A direita fez várias tentativas de eleger o presidente da República e só conseguiu eleger Jânio Quadros com uma coligação com o PTN/UDN, que viu seu candidato a vice-presidente Milton Campos perder para João Goulart em 1960.
A vitória de Jânio Quadros despertou para eles que suas chances estavam chegando, quando viram as trapalhadas do presidente, culminando com sua renúncia e investiram pesadamente no golpe militar que acabou acontecendo em1º de abril de 1964.
Assim foi feito e assim o Brasil que se preparava para emergir do fundo do poço da debacle da queda da bolsa de Nova Iorque com a criação da Petrobras e da Companhia Siderúrgica Nacional, grandes impulsionadoras de um grande parque industrial, tendo o Estado como grande impulsionador do desenvolvimento do país foi ao chão.
Depois da tragédia Jânio Quadros, o Brasil amargou uma ditadura militar por 21 anos, sufocado por militares traidores da pátria e políticos oportunistas, carreiristas, entreguistas e inimigos dos direitos da classe trabalhadora, persistindo na sobrevivência de um câncer chamado bolsonarismo.
Resgatando o que foi a tragédia Jânio Quadros, há que registrar a repetição como farsa na eleição de Fernando Collor de Melo, um grande desastre para a economia do país, 29 anos depois.
Outros 29 anos foram passados para que o fenômeno da farsa pudesse ser encaradocomo uma nova tragédia, para que o carimbo da história deixasse marcado que só no Brasil houvesse a infeliz simbiose de uma farsa virar tragédia e daí, acontecer outra farsa.
E foi o que aconteceu com o retrocesso de tudo que já havia acontecido de ruim, com a ascensão do nefasto Jair Messias Bolsonaro à presidência da República em 1º de janeiro de 2019, eleito em 2018.
Da tragédia à farsa e desta, já como tragédia, frente à nova farsa, o Brasil acordou e a caminhada para construir o futuro precisa dar a volta por cima na construção de uma República de verdade.
O Câncer que debilita o organismo da nação está sendo combatido com remédios eficazes e terão de produzir vacinas salvadoras da democracia.
As condenações criminosas de homens como José Dirceu, José Genoíno, João Vacari e Dilma Rousseff, ao serem anuladas fortalecem os que foram condenados criminosamente.
A condenação e prisão do ex-presidente Lula lhe deu forças para voltar e reconduzir o país para o ruma da democracia e do respeito ao estado de direito.
A desmoralização da organização criminosa lava jato está se consolidando com a cassação do mandato de deputado federal de DeltanDallgnol e a iminente cassação do mandato de senador de Sergio Moro.
As aprovações de Cristiano Zanin e Flávio Dino para a suprema corte projetam o retorno da plenitude democrática que terá sequência em 2024 com as prováveis prisões de Jair Bolsonaro e seu séquito.
* Rômulo Rodrigues, sindicalista aposentado, é militante político