O CLIMA ESTÁ ESQUENTANDO
Publicado em 14 de janeiro de 2021
Por Jornal Do Dia
* Rômulo Rodrigues
O ano de 2021 começou com larvas de vulcão se espalhando pelo continente americano e com fortes sinais de um esquentamento bem acima do normal.
De cara ficamos sabendo que um navio iraniano está chegando na Venezuela, rompendo o bloqueio imposto pelos EUA, trazendo muita coisa e levando outras tantas; sendo que o petróleo e ouro em pó estão entre as mercadorias mais disputadas nos mais diversos mercados.
Ao mesmo tempo o jornal Washington Post traz à tona um escândalo que denuncia um roubo de 116 bilhões de dólares da Venezuela, por uma gangue montada por Juan Guaidó e vários empresários, sendo que, mais de 40 bilhões foram saqueados da PDVSA, a Petrobras de lá.
O ponto culminante do golpe foi em 2019 quando a oposição a Maduro tinha o apoio total do governo americano, tendo sido marcada uma invasão para fevereiro, já com o apoio do governo Bolsonaro, que fracassou por alertas internacionais e falta de apoio popular.
A imprensa alternativa, confiável, anuncia que Cuba e Irã assinaram um acordo em que o Irã vai imunizar 82 milhões de pessoas com vacinas de Cuba.
A ilha tem um dos menores índices de Covid-19 de toda a América Latina com 14.188 casos, 148 mortes e 11.682 recuperados e constata que de 70 a 80% dos casos de contaminação são oriundos das famílias de viajantes de outros países.
O Irã declarou que optou pela vacina cubana, soberana 02, por não confiar nas vacinas imperialistas inglesas e britânicas.
Enquanto isso, na republiqueta de bananas chamada Brasil, um País que se não mergulhado em um golpe, já estaria na ponta da fabricação e distribuição de vacina própria e exportando, está dominado por uma dupla de malfeitores composta por Bolsonaro e Guedes, tendo como ministro da saúde um general, expoente da incompetência e imbecilidade militar que afirmou não saber que ao comprar vacinas teria que comprar seringas e; atropelou completamente a história retroagindo quase 80 anos para vacinar a população brasileira no dia do desembarque da Normandia.
Um dos responsáveis pelo caos que o País vivencia, o Sr. Sérgio Moro, assiste na surdina o seu ex-patrão, bilionário israelense, suspeito de corrupção internacional começar a ser julgado na Suiça, acusado de corromper funcionários públicos estrangeiros.
No Brasil, o bilionário Beny Stainmetze contratou parecer de Moro quando fechou parceria com a Vale no valor de dois e meio bilhões de dólares.
O panorama político dos EUA não é nada claro e os pedidos de impeachment de Trump feitos por republicanos e democratas podem não passar de manobras para recompor o prestígio do País para continuar fazendo o que sempre fizeram; invadir países e destruir suas economias e ficar com os espólios ricos em petróleo, nióbio, lítio e outros minérios e, o governo Biden não deve aliviar para o Brasil, Venezuela e Cuba, que para eles hegemonia é coisa séria.
O estouro na economia ocorrido nesta semana atesta o famoso ditado popular de que: "Com fogo no rabo até preguiça corre".
A enxurrada desinformativa da mídia patronal sobre a corrida da Ford, apoiadora do golpe, em fuga do país, torna-se patética porque não assumem o que é a essência da coisa; capitalista não tem pátria e só pensa naquilo: lucros exorbitantes às custas da exploração de recursos de onde se instala e, da força de trabalho do operariado e quando as fontes começam a se exaurir ele vão atrás de outras freguesias, no caso de agora, Argentina e Uruguai.
A mídia tem total responsabilidade na crise econômica, política e sanitária, quanto no endeusamento de Moro, na eleição de Jair Bolsonaro, na destruição da economia brasileira, passando pelo arrocho salarial vigente e supressão dos direitos da classe trabalhadora, pelo discurso de reduzir o custo Brasil e a Ford e a York se sentem confortável de dizer; tchauzinho para quem fica.
É necessário cobrar um outro Globo Repórter em resposta ao que foi ao AR quando o governador do Rio Grande do Sul, Olívio Dutra, recusou as chantagens da montadora para se instalar sua fábrica por lá e foi massacrado pelo poderio de manipulação da emissora dos Marinhos.
Ato contínuo, o velho babalorixá da Bahia, ACM, abriu as pernas para a multinacional e hoje, não tem um herdeiro para aparar o coice da mula.
E o caos não para por aí, além disso, vem aí o anunciado fim da Volks, um plano de demissão de cinco mil trabalhadores do Banco do Brasil, aumento do gás de cozinha, completa incerteza sobre a vacina e disparadas do desemprego e dos preços dos produtos da cesta básica.
Eles acreditam no sucesso de uma política de miserabilidade da população para mantê-la sob controle, com uma ração mínima e na crença da chegada de um salvador da pátria.
É a massa metamorfoseada em gado esperando o trem; que não vem, que não vem, que não vem.
* Rômulo Rodrigues é militante político