Terça, 21 De Janeiro De 2025
       
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O coração de Faustão


Publicado em 29 de agosto de 2023
Por Jornal Do Dia Se


Rian Santos – riansantos@jornaldodiase.com.br
 
Um coração que bate e apanha em intervalos regulares, forte e confiável como um motor de quatro tempos, enche de novo o peito imenso de Faustão. Ele que tem tudo – fama, dinheiro, um milhão de amigos – foi para a fila do transplante, igual a todo mundo, esteve por um fio.
É admirável, isso, de mover céus e terra por uma vida humana, sem privilégio de patente, nome ou posição. Atestada a falência de um coração cansado, todas as providências necessárias são tomadas a fim de postergar o último suspiro. Amável, odiento, o homem ainda é vivo. E isso lhe confere o direito inarredável de errar uma vez mais, errar mais bonito.
Cedo ou tarde, o coração pede arrego. Nos Estados Unidos, a coluna do jornalista Fernando Gabeira informa, 17 pessoas morrem na fila de transplante, todos os dias. Aqui em Terra Brasílis, com um sistema público de saúde exemplar, apesar de todos os pesares, um transplante pode ser realizado em menos de 30 dias.
De acordo com o Ministério da Saúde, a lista para transplantes é única e vale tanto para os pacientes do SUS quanto para os desesperados da rede privada. Critérios de gravidade distintos para cada órgão determinam a ordem de pacientes a serem transplantados.
Acostumados a serem empurrados para o fim da fila, por força de jeitinhos e  compadrio, os brasileiros têm razões de sobra para desconfiar da celeridade do serviço, em casos de grande visibilidade, específicos. Gato escaldado tem medo de água. Sem evidência palpável em sentido contrário, no entanto, o coração transplantado de Faustão é só mais um. Bombeia sangue no peito de uma celebridade, eis tudo.
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