O DIA D ESTÁ LOGO ALI

Rômulo Rodrigues

No próximo dia 2 de abril, dois nomes especulados para concorrer à vaga de governador do Estado de Sergipe, terão que decidir quais os tamanhos dos seus saltos para o futuro; são eles, Edvaldo Nogueira prefeito de Aracaju e Ulisses Andrade conselheiro do Tribunal de Contas do Estado quando, um deles, somente um, atravessará o Rio Rubicão.
Dos dois, Edvaldo tem mais Oxigênio no cilindro para suportar o tranco de não ser o escolhido para amalgamar um grupo que parece cada vez mais cheio de complicações.
Já Ulisses, está entre a cruz e a espada com o risco de, saindo do TCE e não sendo o escolhido, ficar numa situação que o sábio povo de Caicó costuma classificar como: Nem o mel, nem a cabaça.
Entretanto, os dois têm aquela sabedoria que o grande poeta paraibano Zé da Luz no seu Brasil Caboclo sentenciou: “É o Brasil da cabocla que com sabença governa 25 pares de bilro e uma almofada entre as pernas”. Os dois são capazes de beliscar azulejo e enrugar.
O filósofo Caco Dentão, que faz ponto diário no Bar de Ferreirinha em Caicó, costuma dizer que não gosta de falar de futuro e arremata, meu negócio é falar no daqui para frente!
Pois bem, no daqui para frente, quem tem carta boa de mão para prosseguir jogando é o sabido de Pão de Açúcar, o Edvaldinho, como ele mesmo diz, quando quer se fazer de morto e pegar o coveiro desprevenido.
Ai surge o nome de Fábio Mitidieri que a maioria dos palpiteiros e vendedores de bolão da política dizem que será o ungido pelo governador Belivaldo Chagas, que terá sua paciência gautâmica posta em cheque até o dia dois de abril.
Correndo atrás do trio elétrico eleitoral no seu reconvexo, com chances de ser a areia do deserto lançada sobre os automóveis de Roma, bem de fininho, vem Eliane Aquino, como quem não quer nada e querendo.
Mesmo assim, não deixa parecer se rezou a novena de Dona Canô, se seguiu o mendigo Joãozinho Beija Flor ou se prefere apena a elegância sutil de Bobô, que é muito importante, mas, não é suficiente se não disser quem é e para que veio.
Ah! Minha querida escute Maria Bethânia vinte, trinta, cinquenta vezes e faz a captação daquilo que Caetano Veloso disse para o boçal Paulo Francis: careta, quem é você?
O momento que se aproxima numa velocidade de Fórmula Um, pilotado por Airton Sena, está dizendo que a vida é muito curta, para reflexões demoradas, pois está chegando a hora do vai ou racha, ou se tora pelo meio.
Para não dizerem que não falei das flores, Edvaldo é o único entre todos que estão no circuito, que poderá ter um plano B no Boxe, que no momento, nem ele sabe direito quem é, e como será.
Mirem-se apenas em um corredor que quando parecia vencido, acabava a corrida como vencedor, ele mesmo, Emerson Fittipaldi.
Ninguém fique espantado se no aquecimento da eleição surgir um Out Sid, ou seja, exatamente, uma surpresa que consiga a empatia desejada com a grande faixa de votantes que venha a ser seduzida pela sua ousadia e diga: é com esse que eu vou sambar até cair no chão; é com esse que eu vou correr atrás da multidão.
Como todos bem sabem, eleição é uma caixa onde a fertilidade do elemento surpresa causa sempre muita perplexidade e acaba bagunçando o coreto eleitoral.
Pensando bem, vocês não acham que Sergipe já necessita de uma nova liderança do gabarito das que já teve?
E se desabrochar no chão árido de uma das veredas eleitorais, uma mulher que queira ser a flor que não venha fazer ninguém mudar de calçada, quando ela aparecer?O certo é que não se vê ninguém pensando em qual será o verdadeiro papel do povo na corrida eleitoral.

Rômulo Rodrigues, sindicalista aposentado, é militante político